A Ucrânia escapou por pouco de um desastre nuclear durante combates no fim de semana que atingiram a maior usina atômica da Europa. Alguns dos projéteis lançados caíram perto de reatores e danificaram um local de armazenamento de lixo radioativo, informou o órgão regulador nuclear da ONU.
A Rússia e a Ucrânia trocam acusações sobre quem foi o responsável pelas explosões na usina nuclear de Zaporizhzhia, que está sob controle do exército de Moscou desde as primeiras semanas de guerra, que começou em 24 de fevereiro.
Quem disparou contra a usina "estava correndo riscos enormes e jogando com a vida de muita gente", disse Rafael Grossi, diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica).
"Tivemos sorte de um incidente nuclear potencialmente sério não ter acontecido. Da próxima vez, podemos não ter tanta sorte", disse Grossi na noite de domingo (20) em um comunicado, que descrevia a situação como "por um triz".
Os níveis de radiação permaneceram normais e não houve relato de vítimas, disse a AIEA. Embora não tenha havido impacto direto na segurança nuclear nem nos sistemas de proteção, "o bombardeio chegou perigosamente perto deles", declarou Grossi.
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O chefe da agência estatal de energia nuclear da Rússia, Rosatom, alertou nesta segunda-feira (21) que há risco de um acidente nuclear na usina, informou a agência de notícias Tass.
O bombardeio ocorre no momento em que as batalhas acontecem mais a leste, após movimentos de tropas em torno da reconquista da cidade de Kherson, pela Ucrânia, mais ao sul, ao longo do mesmo rio Dnipro no qual Zaporizhzhia está localizada.
A resposta da Rússia a seus contratempos militares incluiu uma enxurrada de ataques com mísseis, muitos deles em instalações de energia, que deixaram grande parte do país sem eletricidade à medida que o inverno chega e as temperaturas caem abaixo de 0ºC.