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Ucrânia teme a queda de Mariupol e se prepara para ofensiva russa

Cidade portuária ocupa uma posição estratégica no leste do território ucraniano e está cercada há mais de 40 dias

Internacional|

Soldados russos estão concentrados na região leste da Ucrânia, onde está a cidade de Mariupol
Soldados russos estão concentrados na região leste da Ucrânia, onde está a cidade de Mariupol Soldados russos estão concentrados na região leste da Ucrânia, onde está a cidade de Mariupol

As forças ucranianas afirmaram, nesta segunda-feira (11), que temem a queda de Mariupol, cidade portuária estratégica no sudeste do país cercada há mais de 40 dias pelo Exército russo, ao mesmo tempo em que reforçam as posições no leste diante de uma ofensiva iminente de Moscou.

Na frente diplomática, o chefe de governo da Áustria, Karl Nehammer, o primeiro líder europeu a visitar Moscou desde o início da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, iniciou uma reunião com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, para tentar obter a criação de corredores humanitários.

A visita de Nehammer deve servir "para acabar com o inferno humanitário na Ucrânia", afirmou o ministro austríaco das Relações Exteriores, Alexander Schallenberg, antes de uma reunião com os colegas da União Europeia em Luxemburgo.

Os russos cercam Mariupol há semanas, e a captura da cidade permitiria consolidar suas conquistas territoriais na faixa costeira ao longo do mar de Azov, conectando assim as áreas do Donbass com a península da Crimeia, anexada por Moscou em 2014.

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"Hoje será provavelmente a última batalha, pois a munição está acabando", escreveu no Facebook a 36ª Brigada da Marinha, que integra as Forças Armadas da Ucrânia.

"É a morte para alguns de nós e cativeiro para os demais [...] Não sabemos o que acontecerá, mas pedimos que se lembrem [de nós] com uma palavra gentil", pediu a brigada aos ucranianos.

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"Durante mais de um mês estamos lutando sem munição, sem comida, sem água, fazendo o possível e o impossível", completou a unidade, antes de afirmar que quase metade dos integrantes da brigada está ferida.

Oleksii Arestovich, conselheiro do presidente ucraniano Volodmir Zelenski, admitiu no domingo que "agora é impossível militarmente" libertar Mariupol.

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"Inferno humanitário"

Zelenski afirmou, em uma mensagem de vídeo exibida na Assembleia Nacional da Coreia do Sul, que a Rússia "destruiu completamente" a cidade e que teme "dezenas de milhares de mortes" em Mariupol.

"Era uma cidade de meio milhão habitantes. Os ocupantes a cercaram e nem sequer permitiram o transporte de água e alimentos. Os russos destruíram totalmente Mariupol e a queimaram até reduzi-la a cinzas", afirmou.

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As forças ucranianas reforçaram no fim de semana as posições no leste, ao redor do Donbass, região controlada parcialmente desde 2014 por separatistas pró-Rússia.

"Segundo nossas informações, o inimigo praticamente finalizou a preparação para um ataque no leste. O ataque começará em breve", disse o porta-voz do ministério ucraniano da Defesa, Oleksandr Motuzyanyk.

Depois de revisar os planos e retirar as tropas da região de Kiev e do norte da Ucrânia, Moscou visa agora à conquista total do Donbass.

Os analistas acreditam que Putin, que enfrenta uma intensa resistência ucraniana, deseja assegurar uma vitória nesta região antes do desfile militar de 9 de maio na Praça Vermelha, que marca a vitória soviética sobre os nazistas.

"A batalha por Donbass vai durar vários dias, e durante estes dias as cidades podem ficar totalmente destruídas", afirmou no Facebook Serguii Gaidai, governador de Lugansk, que voltou a pedir aos civis que abandonem a área.

"O cenário de Mariupol pode se repetir na região de Lugansk", alertou.

Na sexta-feira (8), um ataque com mísseis russos contra a estação de Kramatorsk, no leste, matou 57 pessoas, incluindo pelo menos cinco crianças.

Enquanto a população tenta fugir da região, ataques aéreos e bombardeios continuam em outras cidades, como os deste domingo (10) em Kharkiv (leste), a segunda maior cidade da Ucrânia, e seus subúrbios, que deixaram pelo menos 11 mortos, incluindo uma criança de 7 anos, e 14 feridos, de acordo com as autoridades regionais.

Mais de 1.200 cadáveres

O chanceler austríaco Nehammer afirmou que tinha a intenção de abordar no Kremlin os "crimes de guerra" em Bucha, cidade ao noroeste de Kiev que virou símbolo das atrocidades cometidas na Ucrânia.

Quase 300 pessoas foram enterradas em valas comuns na cidade, segundo as autoridades ucranianas, que acusam os russos de massacres. Moscou nega e denuncia uma "manipulação".

Em várias localidades próximas de Kiev, ocupadas durante semanas pelo Exército russo, a busca por corpos continua.

"Temos até agora 1.222 mortos apenas na região de Kiev", disse a procuradora-geral da Ucrânia, Irina Venediktova, em uma entrevista ao canal britânico Sky News. Ela não revelou se os corpos encontrados eram exclusivamente de civis.

Também citou 5.600 investigações abertas por supostos crimes de guerra desde o início da invasão russa, incluindo as mortes em Bucha.

Mais empresas deixam a Rússia

Volodmyr Zelenski pediu aos ocidentais que "sigam o exemplo do Reino Unido", cujo primeiro-ministro, Boris Johnson, fez uma visita-surpresa à Ucrânia no sábado (9) e pediu um "embargo total aos hidrocarbonetos russos".

Reunidos em Luxemburgo, os chefes de diplomacia da UE examinam o sexto pacote de sanções contra Moscou, que, no entanto, não afetará as compras de petróleo e gás.

O êxodo de empresas ocidentais da Rússia continua. Nesta segunda-feira (11), o banco francês Societe Generale anunciou o fim das atividades no país e a fabricante sueca de equipamentos para telecomunicações Ericsson suspendeu as atividades em território russo.

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