Venezuela ameaça Grupo de Lima após sanções ao governo Maduro
Governo venezuelano anunciou que pode aplicar medidas diplomáticas 'urgentes e cruas' a 13 do 14 países das Américas que formam o bloco
Internacional|Do R7
A Venezuela ameaçou, nesta quarta-feira (9), aplicar medidas diplomáticas "urgentes e cruas" se os governos integrantes do Grupo de Lima não mudarem a postura em relação ao presidente do país, Nicolás Maduro.
O Grupo de Lima, formado por 14 países das Américas, entre eles o Brasil, decidiu na última sexta-feira declarar que não vai reconhecer o governo de Maduro se o presidente tomar posse amanhã para seu terceiro mandato de seis anos no cargo.
"Hoje entregamos a todos os governos do Grupo de Lima esta nota de protesto diplomático, onde exigimos uma retificação das suas posições sobre a Venezuela em 48 horas. Ou o governo da Venezuela tomará as mais urgentes e cruas medidas diplomáticas para a defesa da integridade de nossa soberania", disse Maduro em entrevista coletiva com jornalistas de veículos da imprensa internacional.
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As notas de protesto foram entregues pelo chanceler da Venezuela, Jorge Arreaza, a 13 dos 14 países que integram o Grupo de Lima. Apenas o México, que não assinou a declaração de não reconhecimento do governo de Maduro, não foi contestado.
Maduro tomará posse amanhã depois de ter vencido as eleições realizadas em maio no país. A oposição, que decidiu não participar do pleito como forma de protesto, não reconhece os resultados por considerar que houve fraude em favor do chavismo e porque a Justiça impediu a candidatura de suas principais lideranças.
O presidente da Venezuela respondeu às medidas do Grupo de Lima afirmando que não aceitará "chantagem" e que tomará posse com apoio do povo, dos militares e de vários países da comunidade internacional, como Turquia, Nicarágua, Cuba e Bolívia.
O Grupo de Lima também havia pedido a Maduro respeito à soberania dos países vizinhos à Venezuela. A solicitação foi uma resposta à interceptação por parte do regime chavista de dois navios da companhia petrolífera Exxon Mobil em águas da Guiana.
Para Maduro, as medidas anunciadas pelo Grupo de Lima violam princípios do direito internacional.