Venezuela vive dilema entre ditadura e democracia, diz Duque
Presidente colombiano fez declaração em cúpula do Grupo de Lima. Duque reafirmou o reconhecimento de Guaidó como líder interino de país em crise
Internacional|Da EFE
O presidente da Colômbia, Iván Duque, afirmou nesta segunda-feira (25), durante a realização da cúpula do Grupo de Lima, que a situação vivida entre a Venezuela não é um dilema entre a guerra e a paz, mas entre a continuidade da ditadura e o retorno da democracia.
"Estamos reunidos para mostrar que há um sentimento grande de multilateralismo na região quando se trata de defender princípios, ideias e valores democráticos", disse Duque aos chefes de Estado e chanceleres que participaram da reunião do Grupo de Lima.
"A situação vivida pela Venezuela não é um dilema entre guerra e paz. O verdadeiro dilema na Venezuela é a continuação da ditadura ou o retorno da democracia", completou o presidente colombiano.
No discurso, Duque reafirmou o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente legítimo da Venezuela pelo Grupo de Lima e destacou que o bloco foi constituído para "denunciar os atropelos da ditadura" e para "tomar as ações requeridas" diante da "erosão das liberdades".
O presidente colombiano também disse esperar que o Grupo de Lima peça hoje que os militares da Venezuela deixem de apoiar o regime de Nicolás Maduro e passem a aceitar ordens de Guaidó.
"Espero que o Grupo de Lima faça esse chamado para que as Forças Armadas da Venezuela fiquem no lado correto da história e sejam leais à Assembleia Nacional e ao presidente interino para que a ditadura chegue em breve ao fim", ressaltou.
Duque também pediu à Organização de Estados Americanos (OEA) que adote sanções contra o governo de Maduro, que impediu a entrada de ajuda humanitária no país no sábado. "Devemos fazer hoje um chamado à OEA para que também adote sanções e denúncias pertinentes pelo ocorrido neste fim de semana", afirmou.
O Grupo de Lima se reúne, com a presença de Guaidó e do vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, para ampliar o cerco diplomático a Maduro após as cenas de violência registradas no sábado nos bloqueios à ajuda doada por Colômbia, Brasil e EUA.
Os confrontos na fronteira deixaram 4 mortos e cerca de 300 feridos. A vice-presidente da Colômbia, Marta Lucía Ramírez, confirmou que mais de 120 membros das Forças Armadas da Venezuela desertaram ao longo do fim de semana.