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Advogado acusado de encomendar morte de colega vai a júri popular

Thiago Fonseca Carvalho é acusado de planejar crime e pagar para dois irmãos executarem o amigo; crime ocorreu em maio de 2020

Minas Gerais|Lucas Pavaneli, do R7

Thiago Fonseca Carvalho foi preso em novembro do ano passado
Thiago Fonseca Carvalho foi preso em novembro do ano passado

O advogado Thiago Fonseca Carvalho, de 34 anos, vai a júri popular, acusado de ser o responsável pela morte e ocultação do cadáver do seu colega Juliano Cesar Gomes, de 37 anos, em maio do ano passado. Ele foi preso em novembro do ano passado e o julgamento vai ocorrer no Tribunal do Júri de Sete Lagoas, cidade localizada a cerca de 70 km de Belo Horizonte. 

De acordo com a juíza Elise Silveira Santos, Thiago Fonseca Carvalho e dois irmãos devem ser julgados pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e por roubo. O pai dos dois irmãos também será julgado pelo tribunal do júri, acusado de ocultar o cadáver e resistir à prisão. 

A denúncia do Ministério Público de Minas Gerais, a partir da investigação da Polícia Civil, aponta que Thiago Fonseca Carvalho teria contratado a dupla para matar o seu colega Juliano César Gomes. O inquérito da Polícia Civil, concluído em novembro do ano passado, indica que o advogado teria dado uma barra de maconha como pagamento para o crime. 

Crime


Juliano César Gomes saiu de casa, no bairro Floresta, no dia 21 de maio de 2020, e avisou para a família que iria a um encontro. O advogado não retornou para casa.

As investigações conseguiram identificar que o carro dele foi visto entrando na cidade de Sete Lagoas acompanhado por outros dois carros por volta das 22h30 daquele mesmo dia. O veículo dele foi encontrado dois dias depois, em uma estrada rural no município de Funilândia, mas o corpo de Juliano só foi localizado em 8 de junho, quando a Polícia Civil prendeu os dois suspeitos de executarem o advogado.


Ainda de acordo com a Polícia Civil, os criminosos tentaram forjar um crime de latrocínio, mas o assassinato teria sido premeditado.

Queima de arquivo


Ainda de acordo com a denúncia do MP, o crime foi planejado dias antes pelo advogado, que era amigo da vítima. Isso porque Juliano havia sido arrolado como testemnha de defesa em um processo em que Thiago era réu, suspeito de estelionato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Na ocasião, Juliano teria dito que "falaria apenas a verdade" no processo. 

Uma semana antes do crime, o advogado Thiago Fonseca Carvalho esteve em uma festa que ocorreu em um sítio em Sete Lagoas e propôs a um dos irmãos que desse um "sumiço" em Juliano, em troca de uma barra de maconha avaliada em R$ 2.500. 

A arma do crime foi fornecida por Thiago. Em 21 de maio, conseguiu atrair a vítima para um encontro, simulando que precisava do carro dele emprestado. No local, a vítima foi rendida pela dupla, teve o celular e os cartões roubados e foi executado em uma estrada rural. O veículo foi deixado em um bairro de Sete Lagoas. 

Investigação

Durante as investigações, a Polícia Civil pediu a quebra do sigilo telefônico dos envolvidos e interceptaram uma ligação de um dos irmãos para o próprio pai. O homem confessava o crime e ouviu o pai a orientação para não se entregar, nem revelar onde estava o corpo. 

Paralelamente, familiares de Juliano conseguiram acesso à sua conta de e-mail e Whatsapp e encontraram mensagens trocadas entre ele e Thiago, combinando um encontro no dia do desaparecimento. 

Defesa

A defesa do advogado acusado negou a participação dele no crime e questionou a integridade das provas apresentadas pela família da vítima, como as mensagens de e-mail e Whatsapp. De acordo com a defesa, Thiago estaria, naqueles dias, acompanhando o pai, que estava internado no CTI de um hospital. 

Além disso, a defesa também afirmou que Thiago não era conhecido pelo apelido Max Marceneiro, que era como os irmãos o conheciam. O advogado negou também que tivesse algum conflito com o colega, inclusive relatando que este compareceu ao velório de seu pai, um dia antes de ter desaparecido.

O advogado de defesa ainda diz que Thiago poderia estar sendo perseguido por policiais civis que investigaram crimes que ele estava envolvido em outro processo. 

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