Agressor de Bolsonaro passa por novos exames psiquiátricos
Teste foi feito para checar a sanidade mental do autor confesso do ataque contra o presidente da República; avaliação acontece após pedido da defesa
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Adélio Bispo de Oliveira, autor confesso do ataque contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL), passou por uma nova avaliação psiquiátrica nesta terça-feira (15). O objetivo dos exames é verificar a sanidade mental do réu que está preso em uma penitenciária de segurança máxima em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul.
Zanone Manuel de Oliveira, advogado de Bispo, conta que o cliente já passou por duas avaliações psicológicas e duas psiquiátricas desde quando a defesa solicitou à Justiça uma nova análise da saúde mental do acusado, em outubro de 2018.
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Segundo o advogado, desta vez, o investigado passou pelo Teste de Rorschach. A técnica consiste em apresentar dez pranchas com manchas de tinta ao paciente e perguntá-lo com que se parecem as figuras. Com as respostas, o analista deverá traçar características da personalidade de Bispo.
O exame, popularmente conhecido como “teste do borrão de tinta”, é o mesmo que foi aplicado em Suzane Von Richthofen, condenada a 39 anos de prisão pela morte dos pais, para avaliar se ela tem condições de cumprir o restante da pena em regime aberto. O laudo foi desfavorável à mulher de 35 anos.
De acordo com a 3ª Vara da Justiça Federal de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, a perícia tem 10 dias para entregar o resultado do exame realizado em Bispo. O laudo será juntado às outras avaliações e, só depois, será colocado à disposição da defesa e da acusação. Nesta quarta-feira (16), Zanone Manuel de Oliveira solicitou à Justiça acesso ao documento.
Ataque
Jair Bolsonaro (PSL), então candidato à presidência, foi atingido com uma faca na região do abdômen durante um ato de campanha em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, no dia seis de setembro de 2018. Adélio Bispo de Oliveira, de 40 anos, foi preso em flagrante suspeito do crime e chegou a confessar que foi motivado “por questões pessoais”.
O primeiro inquérito da PF (Polícia Federal) sobre o caso concluiu que o homem agiu sozinho e por “motivações políticas”. No dia quatro de outubro, a Justiça aceitou a denúncia do MPF (Ministério Público Federal) contra ele por atentado pessoal por inconformismo político.
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Uma nova investigação foi aberta pela PF para apurar a relação de outras pessoas com o atentando. Em dezembro do ano passado, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços de Zanone Manuel de Oliveira com o objetivo de descobrir quem estaria financiando a defesa de Bispo. Contudo, Oliveira alegou “sigilo profissional” para se recusar a revelar quem paga pelo serviço.
Veja o momento em que Bolsonaro foi esfaqueado: