Ar de BH está quase 10 vezes mais poluído do que recomendado pela OMS
Monitoramento é feito pela empresa suíça IQAir; incêndios e calor extremo podem tornar a situação ainda mais alarmante
Minas Gerais|Arnon Gonçalves, da Record Minas
O ar de Belo Horizonte está quase 10 vezes mais poluído que o recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), segundo o monitoramento feito pela empresa suíça IQAir. Os incêndios que continuam em vários pontos da região e o calor extremo registrado na capital podem tornar a situação ainda mais alarmante.
O estudo da IQAir é feito com base no monitoramento da qualidade do ar, em várias partes do mundo, via satélite, a partir da medição da concentração de partículas poluentes na atmosfera. Essas partículas podem ser causadas por vários fatores como queimas de combustíveis e incêndios. Com o calor extremo e a baixa umidade, o clima fica extremamente seco e pode favorecer a piora da qualidade do ar, causando problemas respiratórios.
Os dados mostram que a concentração dessas partículas no ar de Belo Horizonte está variando entre 35,9 e 58,8µg/m³ desde a manhã de segunda-feira (4). O recomendado pela OMS é que a concentração fique entre 5 e 15µg/m³. E a situação deve continuar assim até o próximo sábado (7), segundo informações da IQAir.
Na capital mineira, o monitoramento da qualidade do ar é feito pelo Núcleo de Monitoramento da Qualidade do Ar e Feam (Fundação Estadual de Meio Ambiente), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente. As duas estações em funcionamento estão localizadas na PUC Barreiro e na PUC São Gabriel.
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Na última terça-feira (03), a estação da PUC Barreiro registrou que a umidade do ar atingiu o nível 4, de 5 níveis, por volta das 22h. O índice é considerado muito ruim. Já na estação da PUC São Gabriel, houve registros de nível 4 na madrugada de quarta-feira (04), por volta das 2h da madrugada, voltando a mesma marca às 8h da manhã.
A recomendação da OMS é que a população evite a prática de atividades físicas prolongadas e intensas ou que sejam realizadas em ambientes fechados. Em razão do clima seco, sintomas como tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta e, ainda, falta de ar e respiração ofegante podem ser agravados. Os grupos sensíveis podem apresentar efeitos ainda mais graves à saúde.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, não há previsão de chuva no estado mineiro. As regiões centrais, noroeste, norte até o triângulo mineiro estão em situação de emergência. Tem alerta para o risco de queimadas na Grande BH, em cidades do sul e leste de MG, que deve se estender para os próximos dias.