Avenida de BH volta a ser destruída pela chuva 8 meses após reforma
Em 2020, a prefeitura gastou R$ 5 milhões para reparar os danos de enchentes na av. Tereza Cristina, uma das principais da cidade
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
A Avenida Tereza Cristina, uma das principais vias de Belo Horizonte, foi destruída pela enxurrada do temporal que atingiu a cidade, nesta sexta-feira (15). A devastação acontece oito meses após a prefeitura refazer o asfaltamento da pista, que havia sido levado pelas enchentes das chuvas de 2020.
No ano passado, a avenida ficou quase quatro meses em reforma, entre janeiro e maio, para a conclusão dos trabalhos. A obra custou quase R$ 5 milhões, segundo extrato do serviço assinado pela prefeitura.
A via liga Belo Horizonte à cidade de Contagem, na região metropolitana, passando pelas regiões Oeste e Barreiro da capital mineira. Ela é cortada pelo Rio Arrudas, que recebe as águas do córrego Ferrugem.
Nesta sexta-feira, o curso d'água não suportou o volume recebido pela chuva e transbordou. A pista ficou submersa e carros foram arrastados. Imagens enviadas por moradores mostram um caminhão sendo levado pela água. Segundo as equipes de resgate, não há informações sobre feridos.
Estragos
Neste sábado, a avenida continuou inteditada para limpeza e avaliação dos estragos. Agentes da prefeitura trabalham no local. A interdição acontece entre a avenida Dom João VI e Contagem, no sentido bairro. Já no sentido Centro, a interdição está entre Contagem e a rua Metalig.
O marceneiro Márcio Vicente Silva conta que a água atingiu móveis que estavam prontos e ferramentas que estavam na loja dele. O trabalhador calcula um prejuízo de R$ 4.000 e lamenta que não é a primeira vez.
— No ano passado a água entrou na loja três vezes e o prejuízo foi bem maior.
Procurada pela reportagem, a Sudecap (Superintendência de Desenvolvimento da Capital), responsável pelas obras da prefeitura, informou que vem realizado intervenções que visam reduzir o risco de inundações na avenida Tereza Cristina.
Segundo a companhia, em 2020 a prefeitura iniciou a construção de uma bacia de contenção na região do barreiro e a segunda etapa das obras nos córregos Olaria e Jatobá. “Entretanto, é muito importante destacar que, ainda assim, para reduzir o risco das inundações nesta avenida, também é necessária a conclusão das intervenções no córrego Ferrugem em Contagem, iniciadas pelo Governo do Estado, nas quais estavam previstas a construção de três bacias de detenção”, ressaltou a prefeitura.
O R7 procurou o Governo de Minas para comentar sobre a obra no Ferrugem, mas ainda não teve retorno.
Leia a íntegra da nota da Prefeitura de BH:
“A Sudecap informa ainda que também deu início, no mês de março de 2020, às obras de construção da bacia de detenção do bairro das Indústrias, na região do Barreiro. O equipamento terá a função de armazenar o volume excessivo de água durante as chuvas intensas para reduzir o risco de inundações na avenida Teresa Cristina. A bacia será capaz de deter 120 milhões de litros d’água, liberando esse volume aos poucos após as chuvas para não sobrecarregar o canal do Ribeirão Arrudas. As obras são executadas pela Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) e o investimento é de R$ 28,9 milhões com financiamento do Governo Federal.
Também foi iniciada em junho de 2020 a segunda etapa nos córregos Olaria e Jatobá. Está sendo implantada uma segunda bacia, com capacidade de retenção de aproximadamente 70 mil metros cúbicos, que irá amortecer os picos de vazão do córrego Olaria. O investimento é de R $18 milhões, incluindo também a execução dos serviços de esgotamento sanitário, passarelas e travessias, paisagismo e urbanismo da área, além de uma ponte na Rua Primordial.
Nos últimos anos, a Prefeitura executou diversas intervenções para mitigar as enchentes na região. Foram implantadas duas bacias no córrego Túnel/Camarões na região do Barreiro, que também faz parte da bacia do Arrudas, capaz de reter 400 milhões de litros d´água. Foi concluída também a bacia de detenção da primeira etapa do Córrego Olaria/Jatobá e a bacia de detenção do Córrego Bonsucesso (com capacidade de 250 milhões de litros).
Juntas, todas essas bacias construídas por Belo Horizonte serão capazes de armazenar quase 1 bilhão de litros d’água. Essas obras da Prefeitura diminuem de maneira expressiva os impactos das chuvas na região da avenida Teresa Cristina.
Entretanto, é muito importante destacar que, ainda assim, para reduzir o risco das inundações nesta avenida, também é necessária a conclusão das intervenções no córrego Ferrugem em Contagem, iniciadas pelo Governo do Estado, nas quais estavam previstas a construção de três bacias de detenção.”