Bebê que caiu no chão ao nascer na recepção de maternidade passou por cirurgia após 14 horas
Família acusa hospital de Belo Horizonte de negligência médica; recém-nascida teve traumatismo craniano
Minas Gerais|Akemí Duarte, Da RecordTV Minas
A bebê que bateu a cabeça no chão ao nascer na recepção da Maternidade Sofia Feldman, no bairro Tupi, região norte de Belo Horizonte, só passou por cirurgia 14 horas depois do parto.
A mãe, Josiane Marques, denuncia que pode ter ocorrido negligência médica.
O parto aconteceu no dia 6 de maio. Josiane tinha 38 semanas e três dias de gestação e estava em casa quando começou a sentir as contrações. Com a situação, ela e o marido partiram para a maternidade mais próxima. Ao chegarem no Sofia Feldman, o casal relata que a equipe médica apenas mediu a pressão da mãe e pediu para que eles aguardassem o atendimento.
“Me classificaram como verde, falando que eu poderia aguardar até duas horas para o parto, mas para saberem ao certo tinham que ter feito o exame de toque”, afirma Josiane. A mãe relembra que esperava há cerca de uma hora para fazer um exame que mede a dilatação, quando as contrações aumentaram e ela pediu ajuda novamente. “Aleguei que já não estava aguentando mais e me pediram pra aguardar mais ainda”, completa.
Olívia não esperou, nasceu ali mesmo e caiu no chão. “Eu só lembro da minha bolsa estourando e ela indo junto, aquela dor forte, insuportável e sem ao menos eu fazer força. Também lembro, infelizmente, dela no chão, chorando”, diz Josiane.
A mãe ainda conta que, incialmente, a médica percebeu o galo na cabeça da bebê, mas disse que não era nada grave. Olívia só passou por cirurgia 14 horas depois.”Já que era um traumatismo craniano em uma recém-nascida e também uma hemorragia, então ela tinha que ter feito essa cirurgia o mais rápido possível, mas graças a Deus correu tudo bem”, afirma Josiane.
A família registrou boletim de ocorrência e uma investigação foi aberta na Delegacia Especializada na Proteção da Criança e do Adolescente. “Tem que investigar se houve negligência para que ninguém passe pelo que eu passei, porque não é nada fácil”, diz a mãe.
Outro lado
O Hospital Sofia Feldman informou que durante o atendimento a paciente foi classificada com a pulseira de cor verde, porque as contrações eram leves e estáveis. A medida que as contrações forma aumentando, ela foi orientada a ir para uma sala. O hospital informa ainda que, no momento em que a obstetra se preparava para realizar a assitência, a bolsa se rompeu junto com a descida extremamente rápida da criança, que veio a tocar o chão devido a força de expulsão da contração.
O Sofia Feldeman destacou ainda que logo depois a criança seguiu imediatamente para avaliação da equipe de pediatria que solicitou uma tomografia de crânio do bebê. Com o resultado do exame a equipe do hospital a equipe decidiu pela internação na UTI, até que fosse transferidad para o Hospital João XXIII, onde passou por procedimento cirúrgico.