Brumadinho: 'tragédia anunciada’, diz autora de livro sobre Mariana
A jornalista Cristina Serra afirma que o rompimento da barragem aconteceu principalmente por conta da falta de fiscalização
Minas Gerais|Beatriz Sanz, do R7
O rompimento da barragem de Brumadinho na última sexta-feira (25) era uma “tragédia anunciada”, segundo a jornalista Cristina Serra, autora do livro "Tragédia em Mariana – A história do maior desastre ambiental do Brasil", afirmou em entrevista à Record News.
A jornalista já previa em seu livro que desastres semelhantes ao de Mariana poderiam acontecer. Segundo ela, isso acontece principalmente por conta da falta de fiscalização.
Em 2016, logo após o desastre de Mariana, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) afirmou que possuía apenas cinco funcionários com a formação adequada para fiscalizar todas as 663 barragens do Brasil.
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Diferenças nos desastres
Cristina destaca que os rompimentos são diferentes não apenas na proporção — em Mariana foram liberados 34 milhões de metros cúbicos de rejeitos, enquanto em Brumadinho foram 11,7 milhões de metros cúbicos de uma lama tóxica —, mas também nos detalhes.
A barragem de Mariana tinha apenas sete anos e apresentava problemas de drenagem e de licenciamento, segundo a autora. Já a barragem de Brumadinho tinha 30 anos e não era utilizada há cerca de dois anos.
Fundação Renova
Depois do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, a Samarco, a BHP Biliton e outras empresas fizeram um acordo com os governos de Minas Gerais, do Espírito Santo e o governo federal, criando a Fundação Renova.
Essa Fundação seria responsável por sanar os danos causados pelo desastre. No entanto, segundo Cristina Serra, até o momento a atuação foi pífia. “Os resultados apresentados são muito poucos para a magnitude do desastre”, finaliza.