Contagem tem Câmara mais representativa entre 10 maiores colégios eleitorais de MG
Na atual legislatura, o município elegeu oito vereadoras, em um total de 25 cadeiras; número representa 32% dos parlamentares
Minas Gerais|Conteúdo Patrocinado

A cidade de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, tem a maior representação feminina entre as Câmaras Municipais dos 10 maiores colégios eleitorais do estado. Na atual legislatura, o município elegeu oito vereadoras, em um total de 25 cadeiras. O número representa 32% dos parlamentares. A quantidade dobrou em comparação com o último mandato.
Atualmente, compõem a Casa as vereadoras Carol do Teteco (MDB), Adriana Souza (PT), Daisy Silva (Republicanos), Fatinha Manancial (União), Glória da Aposentadoria (PSDB), Moara Saboia (PT), Silvinha Dudu (PV) e Tia Keyla (PL).
Apesar da quantidade de parlamentares mulheres ainda não ser equivalente proporcionalmente ao número de eleitoras, as vereadoras Carol do Teteco e Adriana Souza avaliam como positivo o aumento da representatividade na Câmara e em outros espaços de poder.
“Estamos caminhando a passos largos para que a gente tenha uma representatividade efetiva em todo país. Em Contagem, eu percebo que as pessoas estão aceitando muito melhor a representatividade feminina. Nós temos uma prefeita mulher, a nossa comandante da Guarda Civil é uma mulher e elegeram oito mulheres para legislar por nossa cidade. E, quem sabe no futuro, teremos uma equiparação de cargos”, declara Carol.
Considerando o contexto da cidade, Adriana destaca que a presença de uma mulher em espaços de poder contribui para que outras acessem esses locais. “O esforço de colocar mulheres em espaços de destaque e trazer mulheres para a política contribui para que essa deficiência da democracia, que é a ausência das mulheres nos espaços de poder, possa ser superada”, explica.

Segundo as parlamentares, a presença feminina cada vez maior nos espaços políticos ajuda também a trazer um entendimento diferente para as demandas sociais. “A mulher tem um olhar mais carinhoso, mais cuidadoso, um olhar de mãe para todas as situações. Esse é o maior diferencial. Nós fazemos tudo com muito cuidado e afinco. A gente tem condição de tratar com mais cuidado e com mais pertencimento à causa”, esclarece Carol.
No entanto, para que essas mudanças aconteçam e para que mais mulheres possam acessar esses espaços, vários desafios precisam ser superados, entre eles o machismo estrutural na sociedade, além de conciliar a rotina profissional e familiar.
“A gente acaba tendo que dividir o nosso tempo com relação ao trabalho doméstico, ao trabalho de cuidados. Historicamente, a gente tem menos tempo para dedicar à política, mas também ao mercado de trabalho. Em função da nossa ausência nesses espaços de poder, eles não foram preparados para nos acolher. É muito comum que, depois dos desafios para chegar, a gente não seja bem aceita e acolhida nesses espaços”, avalia Adriana.
Desde 2009, a Lei de Eleições prevê uma presença mínima de candidaturas femininas em cada pleito. Assim, os partidos devem preencher o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo. Mesmo assim, Adriana Souza considera que a medida ainda é insuficiente para que sejam superados os inúmeros desafios das candidaturas femininas.
“As mulheres têm muitas dificuldades nos partidos políticos em conseguir garantir candidaturas que sejam efetivamente viáveis. Elas não conseguem, muitas vezes, acessar os recursos partidários. Mesmo com a cota, feita para garantir as candidaturas femininas, você não tem o recurso garantido do fundo partidário, porque boa parte das mulheres compõe candidaturas apenas para cumprir a legislação e às vezes não têm votos”, conclui Adriana.