CPI critica reparação de danos em Mariana, 4 anos após tragédia
Presidente da Fundação Renova, Roberto Waack, foi questionado sobre assentamento de famílias que perderam casas com rompimento de barragem
Minas Gerais|Matheus Renato Oliveira, do R7*, com Raquel Rocha, da Record TV
Deputados da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da ALMG (Assembleia Legislativa de Minas Gerais), que investiga o rompimento da barragem de Brumadinho, na Grande BH, questionaram, nesta quinta-feira (8), o valor pago pela Fundação Renova às vítimas da barragem de Fundão, em Mariana, na região central do Estado, que sofreu com rompimento da barragem da Samarco em 2015.
A Fundação Renova é uma entidade criada para fazer a reparação dos danos e pagamento de indenização para vítimas da tragédia. O presidente da fundação, Roberto Waack, participou da sessão acompanhado por dois advogados.
Parlamentares, representantes dos moradores e do Ministério Público criticaram a demora da instituição em realizar a reparação de danos às vítimas do rompimento da barragem. As casas de moradores que viviam no distrito de Bento Rodrigues, atingido pela lama de rejeitos de minério, começaram a ser construídas no mês passado.
De acordo com informações do promotor de Justiça Guilherme de Sá Meneghin as 263 famílias desabrigadas do distrito de Bento Rodrigues ainda não foram definitivamente reassentadas. Outras 150 famílias do distrito de Barra Longa também aguardam receber suas propriedades, assim como cerca de 60 famílas ribeirinhas que viviam ao longo do Rio Doce e que também tiveram prejuízos.
Leia também
Deputados querem monitoramento de reparação em Brumadinho (MG)
Vítimas de barragem em Mariana, 83 famílias vão receber indenização
Mariana recebe aporte de R$ 100 mi, 4 anos após barragem estourar
Samarco deve voltar a operar no 2º semestre de 2020, diz Vale
Casas de atingidos por barragem em Mariana começam a ser construídas
No início da reunião, Waack disse que ações como construção das casas, controle da qualidade da água e pagamento de indenizações, além do reflorestamento da bacia estão "em processo" e que, até o momento, 20 pessoas haviam sido reassentadas.
O coordenador estadual do Movimento dos Atingidos por Barragens, Thiago Alves também questionou a atuação da Fundação Renova. "Das 225 casas previstas, nenhuma está pronta. Mesmo que as 20 casas tivessem sido entregues, é muito pouco pra quase quatro anos", criticou.
Quem também questionou o trabalho da Fundação Renova foi a deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT), que integra a CPI. Ela destacou o orçamento de quase R$ 3 bilhões da instituição que, segundo ela, não foram destinados aos atingidos pela barragem.
* Estagiário do R7, sob supervisão de Lucas Pavanelli