Delegada esposa de assassino confesso do gari Laudemir tem licença prorrogada por mais 60 dias
Segundo a corporação, servidora passou por uma nova perícia médica, que recomendou a extensão do afastamento
Minas Gerais|Do R7, com Pedro Falco*, da Record Minas

A Polícia Civil de Minas Gerais informou, nesta segunda-feira (13), que a delegada Ana Paula Lamego Balbino, esposa de Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou ter matado o gari Laudemir Fernandes, em Belo Horizonte, teve a licença médica prorrogada por mais 60 dias. Segundo a corporação, a servidora passou por uma nova perícia médica, que recomendou a extensão do afastamento.
Ana Paula está afastada das funções desde o dia 13 de agosto, dois dias após o homicídio de Laudemir, ocorrido no bairro Vista Alegre, na região Oeste da capital mineira. O afastamento inicial também foi concedido por 60 dias, conforme publicação no Diário Oficial de Minas Gerais.
Enquanto isso, a delegada segue sob investigação da Corregedoria da Polícia Civil, que apura se ela teve conhecimento ou participação no crime, já que a arma usada no assassinato, uma pistola calibre .380, pertencia a ela e foi apreendida no apartamento do casal em Nova Lima, na Região Metropolitana.
Denúncia contra Renê e indiciamento de Ana Paula
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) denunciou Renê Júnior por homicídio qualificado, porte ilegal de arma de fogo, ameaça e tentativa de fraude processual. A denúncia inclui três qualificadoras: motivo fútil, perigo comum e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O órgão também pediu o pagamento de indenização mínima de R$150 mil à família de Laudemir, por danos morais e materiais.
Ana Paula, por sua vez, foi indiciada pela Polícia Civil, mas não foi denunciada pelo Ministério Público. Ela responde por porte ilegal de arma de fogo e prevaricação. Segundo o inquérito, a delegada teria permitido que o marido utilizasse sua arma e, após tomar conhecimento do crime, não teria comunicado as autoridades, o que configuraria omissão funcional.
O Ministério Público solicitou o desmembramento do processo, para que o caso de Ana Paula siga separado do julgamento de Renê. Como os crimes atribuídos à delegada têm penas menores que quatro anos, o MP avalia a possibilidade de um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), que permite a extinção da punibilidade mediante o cumprimento de condições específicas, desde que não haja violência ou grave ameaça.
Renê Júnior segue preso preventivamente no presídio de Caeté, na região metropolitana de Belo Horizonte, à disposição da Justiça.
*Estagiário sob supervisão de Gabrielle Assis
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp


