Minas Gerais Ex-secretário de Patrocínio (MG) é absolvido da morte de pré-candidato a vereador

Ex-secretário de Patrocínio (MG) é absolvido da morte de pré-candidato a vereador

Para jurados, Jorge Marra agiu em legítima defesa; Cássio Remis foi morto a tiros após fazer denúncias contra a prefeitura

  • Minas Gerais | Anna Paula Lemos, Da TV Parnaíba

Jorge Marra confessou que disparou e disse que se arrepende do crime

Jorge Marra confessou que disparou e disse que se arrepende do crime

Reprodução / Record TV Minas

O ex-secretário de Obras de Patrocínio, a 393 km de Belo Horizonte, acusado de matar o pré-candidato a vereador Cássio Remis em 2020, foi absolvido da acusação de homicídio com duas qualificadoras. Após quase 17 horas, os jurados entenderam que Jorge Moreira Marra agiu em legítima defesa.

Pelo crime de porte ilegal de arma de fogo, o acusado foi condenado a 2 anos e 10 dias de prisão, mas, como ele estava detido desde setembro 2020, a pena já foi cumprida. Até a manhã desta quinta-feira (26), Marra continua preso na Penitenciária de Patrocínio.

O julgamento começou com atraso, por volta das 9h desta quarta-feira (26). No início, 80 pessoas acompanharam, mas por causa de um atrito entre um assistente de acusação e o prefeito Deiró Marra (DEM), que é irmão do réu, o acesso ao plenário foi restringindo.

Durante toda a argumentação, Marra ficou de cabeça baixa e, ao depor, confessou ter praticado o crime, mas se disse arrependido. Ele se emocionou durante a fala e pediu uma segunda chance aos jurados.

O Ministério Público informou que vai recorrer da decisão. As famílias Remis e Marra sempre foram adversárias políticas na cidade, e parentes da vítima dizem estar inconformados com a decisão dos jurados.

Relembre o crime

Em setembro de 2020, Remis estava em uma avenida da cidade fazendo uma transmissão ao vivo nas redes sociais. Durante a live, ele denunciava que maquinários e funcionários da Prefeitura de Patrocínio estariam atuando no reparo de uma calçada. Ainda de acordo com o pré-candidato a vereador, no local seria instalado o comitê de campanha de Deiró Marra, prefeito da época e que foi reeleito no mesmo ano.

Com apenas alguns minutos de transmissão, Jorge Marra chegou e tomou o celular da mão de Remis. A partir desse momento, os dois começaram a discutir. Com o aparelho em mãos, o acusado se dirigiu em direção à sede da Secretaria de Obras do Município e Remis foi atrás.

Segundo a investigação, já no pátio do órgão municipal, Marra pegou uma arma que estava no veículo dele, atirou seis vezes em direção ao pré-candidato e fugiu em seguida. O então secretário foi exonerado do cargo e, três dias depois, se entregou na delegacia de Patrocínio.

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