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Feminicídio aumenta 8% em Minas, no primeiro semestre do ano

Entre janeiro e junho, 67 mulheres foram mortas, contra 62 no mesmo período do ano passado; houve 104 tentativas de feminicídio no ano

Minas Gerais|Clara Mariz, do R7*

Para denunciar violência contra a mulher disque 180
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Os casos de feminicídio em Minas Gerais aumentaram 8% no primeiro semestre do ano na comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com balanço divulgado nesta quarta-feira (7) pela Polícia Civil. Nos primeiros seis meses, 67 mulheres foram mortas simplesmente por serem mulheres, contra 62 vítimas no primeiro semestre de 2018. 

Ainda de acordo com os números da corporação, foram registradas 104 tentativas de feminicídio. A pesquisa analisou os atentados cometidos por pessoas que possuem algum laço familiar com as vítimas.

Leia mais: Lei que protege mulheres de agressão completa 13 anos

O Código Penal Brasileiro estipula pena de 12 a 30 anos para quem atenta contra a vida de mulheres. Esse tempo pode ser elevado em até 50% se o crime for cometido contra a vítima menor de 14 anos, maior de 60 anos ou com deficiência, se ela estiver grávida ou nos três primeiros meses após o parto, ou estiver na presença dos filhos.


Uma maneira encontrada para proteger as vítimas que sofreram a tentativa do feminicídio foram as medidas protetivas. Em 2018, a Câmara dos Deputados aprovou um decreto que impõe maior punição para o atentado cometido em descumprimento das ordens de afastamento.

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No final de julho deste ano, a fisiculturista Tereza Cristina Perez, de 44 anos, foi assassinada ao voltar da academia com o filho, Gabriel Perez Mendes, de 22, em Belo Horizonte. O principal suspeito do crime é o ex-namorado da atleta, Paulo Henrique da Rocha, que foi preso.

Tereza entrou para a estatística de mulheres que são agredidas por ex-companheiros que não aceitaram o fim do relacionamento. Ela já havia registrado sete boletins de ocorrência contra Paulo e conseguiu, na Justiça, três medidas protetivas, que não foram suficientes para que ela tivesse sua vida preservada.


Em entrevista à Record TV Minas, em fevereiro deste ano, a fisiculturista afirmou estar com medo de sair de casa devido às ameaças que sofria do ex. “Eu não saio na rua sem estar acompanhada do meu filho. O meu coração despara e eu fico olhando para todos os lado com medo de ele estar me seguindo”.

Hoje, Paulo está preso na penitenciária Nelson Hungria. Ele foi encontrado pela polícia um dia após o crime ser cometido. Porém algumas mulheres enfrentam muitos anos de medo até o agressor ir para o cárcere.

Em 2004, a estudante Lidiane Chagas Araújo, sofreu uma tentativa de homicídio do ex-namorado. Na época do crime ela tinha 17 anos, e foi baleada no pescoço. O suspeito, Wellington Coelho Souza, ficou foragido por 14 anos, e em 2018 foi detido e condenado a oito anos e quatro meses de prisão.

Para denunciar agressões, a vítima pode acionar a Polícia Militar para fazer o Boletim de Ocorrência ou procurar a Delegacia de Mulheres, da Polícia Civil. A vítima ou testemunhas podem ligar no número 180 e fazer uma denúncia de forma anônima.

*Estagiária do R7 sob supervisão de Lucas Pavanelli

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