Genro de falsa enfermeira diz que vacina aplicada em MG era falsa
Afirmação foi feita em troca de mensagem com a filha da investigada; Polícia Federal teve acesso à conversa
Minas Gerais|Luiz Gustavo, da Record TV Minas
A Polícia Federal teve acesso a uma troca de mensagens entre o genro e a filha da falsa enfermeira suspeita de aplicar, às escondidas, supostos imunizantes contra a covid-19 em empresários em uma garagem de ônibus em Belo Horizonte, que reforçam a tese que de que o esquema foi um golpe.
No texto, Júnior das Dores Guimarães, que também era o motorista da falsa enfermeira Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, tenta acalmar a companheira sobre o rumo das investigações e afirma que o imunizante era falso. "Fica tranquila que não é vacina. A polícia vai investigar e vai ver que não é da covid", escreveu.
Pessoas que contrataram os serviços de Cláudia Mônica, que na verdade é cuidadora de idosos, entregaram à polícia exames indicando que não estão imunes contra o coronavírus, o que também reforça a tese de que os produtos eram falsificados.
Guimarães é o homem que aparece em vídeos divulgados pela Record TV Minas e pelo R7 ostentando maços de dinheiro. Segundo testemunhas, ele contava aos amigos e parentes que estaria trabalhando como motorista de uma "empresa de saúde" e que o serviço seria dado a ele bons rendimentos.
Assim como o filho de Cláudia, apontado como o responsável por receber os pagamentos das vacinas contratadas, Guimarães foi indiciado pelos crimes de organização criminosa e falsificação de medicamentos. Nenhum dos envolvidos no caso está preso.
Segundo a PF, três dias após a vacinação em garagem e ônibus, orientada por um advogado, Cláudia Mônica apagou todas as mensagens do celular dela. O episódio ainda é investigado. A reportagem tenta contato com a defesa dos citados.