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Governador de Minas usa helicóptero para trajeto de 30 km   

Romeu Zema (Novo) prometeu em sua campanha que iria acabar com "farra aérea" e viajaria de avião de carreira ou táxi aéreo, em caso de urgência

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Zema prometeu em campanha, acabar com "mordomia" de governadores
Zema prometeu em campanha, acabar com "mordomia" de governadores

Ao contrário do que prometeu durante e após a campanha eleitoral, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), vem utilizando aeronaves do Governo do Estado para se deslocar em agendas pelo interior e fora de Minas.

Em um dos trechos, o governador utilizou um helicóptero Dauphin N3 para se deslocar de Belo Horizonte a Contagem, na Grande BH, onde faria uma palestra. De carro, o trajeto de 31 quilômetros gastaria cerca de meia hora.

Até o momento, Zema utilizou quatro aeronaves oficiais — um turboélice, dois jatinhos e um helicóptero — em 25 trechos entre janeiro e março deste ano. 

Durante a campanha Zema disse, por diversas vezes, que, se eleito, acabaria com a "farra dos voos" de governadores no Estado. Ele também prometeu que viajaria em aviões de carreira e que, se fosse urgente, optaria por um táxi aéreo.


A planilha com os destinos e ocupantes de cada uma das viagens pode ser acessada aqui.

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Viagens


A primeira viagem de Zema com um avião oficial do Estado aconteceu no dia 16 de janeiro. Na ocasião, uma comitiva formada pelo governador, o vice-governador Paulo Brant, quatro secretários de Estado, além de integrantes da equipe de segurança, foi a Brasília usando um avião Citation 650.

O voo ocorreu apenas 15 dias depois de o governador enviar uma carta ao presidente Jar Bolsonaro (PSL) explicando as razões de não comparecer à sua cerimônia de posse, em Brasília.


Como justificativa, Zema alegou que sua campanha foi "pautada na austeridade e no corte de mordomias, como à força aérea à disposição do atual governador, e seria uma incongruência já nas primeira horas de mandato fazer uso dessa estrutura cara e que será cortada, como uma das primeiras medidas de contenção de despesas do governo eleito".

O então candidato do partido Novo já havia utilizado a expressão "força aérea" para se referir às aeronaves de propriedade do Estado. Em um programa de rádio no dia 8 de novembro, pouco mais de uma semana após vencer a disputa em segundo turno, Zema disse que iria acabar com essa modalidade de transporte.

“Eu quero acabar com isso, de que o governador tem que viver como uma majestade. Tem uma força aérea para o governador, pretendo acabar com isso, se precisar urgente eu vou de taxi aéreo”, disse ao programa Adelor Lessa, da rádio Som Maior.

O discurso, no entanto, foi amenizado depois que o governador passou a fazer uso das aeronaves do Estado. Em 12 de fevereiro, em um post publicado em seu perfil oficial no Facebook, em que anunciou a venda de uma aeronave destinada a ex-governadores, Zema disse que iria "otimizar o uso de aviões e helicópteros para economizar e dar transparência aos voos que forem utilizados".

Além de secretários de Estado, Zema viaja quase sempre acompanhado de assessores, além de integrantes da equipe de segurança do governo. Uma única vez o governador se deslocou com a companhia de um deputado estadual. O privilegiado foi Heli Grilo (PSL), que ganhou uma "carona" até sua cidade natal, Uberaba, no dia 14 de fevereiro.

Resposta

Em resposta enviada à reportagem, a assessoria de imprensa do Governo de Minas disse que o governador Romeu Zema tem "racionalizado a utilização dos recursos do Estado".

"Para todas as viagens, é feita uma cotação dos voos comerciais e um comparativo com os gastos da utilização da aeronave do governo para que a opção seja a de menor preço. Lembrando que um dos aviões da frota do governador já foi vendido e um helicóptero foi repassado ao Comando de Aviação do Estado (Comave) e tem sido utilizado pelo MG Transplantes."

A assessoria de Zema também disse que o governador fez uso de aviões de carreira por cinco vezes desde o início do mandato. 

Sobre o deslocamento de Zema de helicóptero entre Belo Horizonte e Contagem, a assessoria respondeu que a utilização foi necessária para participação em uma palestra "que buscava investimentos e fomentação da economia para o Estado e logo após havia outro evento, no Triângulo Mineiro, para alavancar o agronegócio". 

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