Investigados pelo crime da Vale entregam passaportes à Polícia Civil
Medida faz parte de decisão judicial que garantiu liberdade aos 13 funcionários da mineradora e da empresa alemã Tüv Süd
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
Os 11 funcionários da Vale e dois da Tüv Süd, empresa alemã contratada pela mineradora para atestar a estabilidade da barragem que se rompeu em Brumadinho, entregaram seus passaportes nesta terça-feira (26) no Departamento Estadual de Investigações contra o Meio Ambiente, da Polícia Civil de Minas Gerais. Essa foi uma medida recomendada pela força-tarefa que investiga o caso e determinada pela Justiça.
Com isso, os gerentes, engenheiros e geólogos da Vale Artur Bastos Ribeiro, Alexandre de Paula Campanha, Renzo Albieri Guimarães Carvalho, Joaquim Pedro de Toledo, Felipe Figueiredo Rocha, Cesar Augusto Paulino Grandchamp, Rodrigo Artur Gomes Melo, Ricardo de Oliveira e Hélio Márcio Lopes da Cerqueira, além de Makoto Namba e André Yum Yassuda, da Tüv Süd, estão impedidos de deixar o país.
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Os 13 trabalhadores foram presos e soltos por duas vezes desde o rompimento da barragem, em 25 de janeiro deste ano. Cinco deles tiveram a prisão decretada quatro dias após o desastre, em 29 de janeiro, seja por responsabilidade no atestado de estabilidade de barragens ou coordenação da segurança na mineração. Eles foram soltos uma semana depois, após decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que concedeu habeas corpus aos cinco.
Outros oito investigados tiveram a prisão temporária decretada, pela primeira vez, em 15 de fevereiro, mas também conseguiram uma liminar do STJ para deixarem a prisão.
Em 13 de março, o TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) derrubou as duas liminares que garantiam liberdade aos 13 funcionários e determinou que todos eles voltassem para a prisão. A determinação durou poucas horas já que, no mesmo dia, o STJ voltou a conceder habeas corpus a todos os 13 investigados.