Justiça aguarda cronograma da Vale para evitar falta de água em BH
Na décima audiência de conciliação, mineradora deve explicar como pretende construir novo sistema de captação de água no rio Paraopeba
Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7
Um mês após anunciar a construção de um novo sistema de captação de água no rio Paraopeba para evitar que Belo Horizonte sofra com desabastecimento, a Vale deve apresentar à Justiça, nesta terça-feira (18) um cronograma para a execução da obra.
Essa é a décima vez, desde que a barragem da Mina Córrego do Feijão se rompeu, em janeiro deste ano, que representantes da mineradora são convocados para comparecer a uma audiência de conciliação no TJMG (Tribuinal de Justiça de Minas Gerais).
Na última audiência, realizada em 9 de maio, a Vale se comprometeu a entregar até 2020 um novo sistema de captação, que deve ser construído 12 km acima da ETA (Estação de Tratamento de Água) do Rio Manso, da Copasa (Companhia de Saneamento e Abastecimento de Minas Gerais).
A captação nesse ponto foi interrompida já que, por causa do rompimento da barragem de Brumadinho, parte do leito do rio Paraopeba foi contaminado por rejeitos de minério.
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Durante a audiência de hoje, a Copasa também deve fornecer informações sobre a quantidade de água nos reservatórios que abastecem a capital mineira e demonstrar o que deve ser feito para evitar que falte água na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Outra definição esperada para a audiência de conciliação é a escolha da instituição que vai atuar como assessora técnica em favor de moradores atingidos nas cidades de Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Igarapé e Juatuba.
Segundo o TJMG, a Vale também deve se manifestar oficialmente sobre as dívidas que produtores rurais atingidos pelo rompimento da barragem de Brumadinho contraíram com bancos. A intenção é que a empresa assuma a responsabilidade sobre a quitação dessas dívidas.