Justiça decreta prisão preventiva de promotor acusado de matar esposa
MP denunciou André Luís Garcia de Pinho por feminicídio na última sexta-feira (30) após quase um mês de investigação
Minas Gerais|Lucas Pavanelli e Pablo Nascimento, do R7, com Ezequiel Fagundes, da RecordTV Minas
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais decretou a prisão preventiva do promotor André Luís Garcia de Pinho, acusado de matar a mulher no apartamento do casal em Belo Horizonte, no início do mês passado.
O prazo da prisão temporária do membro do Ministério Público vencia nesta terça-feira (4), quando completa 30 dias desde sua detenção, em 4 de abril.
Denúncia
Após quase um mês de investigação, o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) denunciou o promotor na última sexta-feira (30). A partir de agora, ele responde a processo pelo feminicídio de Lorenza Maria Silva de Pinho, que tinha 41 anos. O processo corre em sigilo na Justiça.
Segundo a denúncia, o promotor intoxicou a esposa com medicamentos e bebidas alcoólicas e, em seguida, asfixiou-a. A motivação seria uma tentativa de "se livrar" dos "problemas e dificuldades" enfrentados em um casamento desgastado, conforme explicou a promotora Gislaine Testi Colet, que atuou no caso.
— Eles se casaram como um casal apaixonado. Ao longo do tempo, ela foi definhando por uma série de fatores, como problemas de saúde e depressão após a morte da mãe. O casal tem cinco filhos. A Lorenza quase não saía do quarto e não conseguia mais exercer o papel de mãe e esposa que ele esperava. Ela acabou se tornando uma espécie de peso na vida dele.
A defesa de Pinho questiona o laudo. Segundo o advogado Robson Lucas, as marcas internas encontradas no corpo de Lorenza não seriam suficientes para provar que o promotor assassinou a companheira.
Médicos denunciados
O MP também denunciou, por falsidade ideológica, os dois médicos que assinaram o atestado de óbito de Lorenza indicando “pneumonite, devido a alimento ou vômito, e autointoxicação por exposição intencional a outras drogas”, o que confirmava a versão de Pinho que disse que a esposa teria passado mal enquanto dormia sob efeito de álcool e remédios e, assim, teria se engasgado.
De acordo com os investigadores, diferentemente do que os médicos relataram, Lorenza já estava morta, em "estado cadavérico", quando a equipe de socorro chegou ao apartamento da família Pinho, no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte.