Justiça determina bloqueio de R$ 1,3 milhão em bens de Zezé Perrella
Decisão atende a pedido do MP, que moveu ação por enriquecimento ilícito e lesão ao erário por gastos na época que ele era deputado estadual
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas

A Justiça em Belo Horizonte determinou o bloqueio de R$ 1,3 milhão em bens do ex-senador Zezé Perrella. A decisão atende pedido do Ministério Público de Minas Gerais que, em 2015, moveu ação por improbidade administrativa contra Perrella por enriquecimento ilícito e lesão ao erário entre os anos de 2007 e 2010, quando ele exercia o mandato de deputado estadual.
A investigação do MP sustenta que Perrella recebeu reembolsos por despesas com verba indenizatória da Assembleia Legislativa, mas os gastos ressarcidos não tiveram relação com a atividade parlamentar.
Na decisão, o juiz da 3ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte ressaltou que existem fortes indícios de prática do ato de improbidade administrativa. O magistrado destacou que não foi possível notificar o réu, apesar de o processo tramitar desde 2015, por isso a necessidade de decretar o bloqueio de bens.
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"Como o réu é considerado uma figura pública e diante da grande dificuldade de encontrá-lo para ser notificado, entendo que, como medida nitidamente acautelatória, prevista na Lei de Improbidade, deferir, neste momento, a medida de indisponibilidade de bens da parte réu é medida que se impõe", diz trecho da decisão.
Na semana passada, Perrella esteve na sede do Cruzeiro para participar da eleição do novo presidente do clube, oportunidade em que foi hostilizado por parte dos torcedores cruzeirenses levando, inclusive, uma cusparada no rosto.
Gastos pessoais
Segundo ação civil pública do Ministério Público, Perrella pediu o ressarcimento de R$ 175,8 mil referentes a combustível para abastecimento de um avião particular. A apuração descobriu que diversos voos ocorreram em vésperas de fins de semana ou feriados e para destinos de fora do Estado, entre eles, Rio de Janeiro, São Paulo, São José dos Pinhais e Salvador.
Perrella também foi ressarcido em R$ 116 mil por gastos com combustível de automóveis. Ao ser interrogado, o dono de um dos postos contou que um empresário abastecia no nome de Perrella.
Com gastos de “assessoria contábil e tributária”, Perrella gastou R$ 198,3 mil. Segundo a ação, os serviços não tinham “qualquer caráter público”. O ex-deputado estadual foi ressarcido, também, em R$ 187,8 mil por despesas com divulgação de atividade parlamentar por meio de serviços gráficos.
Em depoimento, proprietários de algumas dessas empresas não confirmaram os serviços ou não conseguiram comprovar os trabalhos prestados. Um representante de uma gráfica disse aos promotores de Justiça que a empresa estava desativada à época dos fatos.
De acordo com a ação do MP, durante o período em que pediu o reembolso, Perrella faltou a 89 das 101 sessões na Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
A reportagem entrou em contato com advogado de Perrella, Sérgio Santos Rodrigues, e aguarda um posicionamento.
















