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Justiça deve terminar de ouvir as 28 testemunhas no último dia de audiências do Caso Backer

Familiares falaram sobre estado de saúde das vítimas em depoimentos, na última quarta-feira (25)

Minas Gerais|Maria Luiza Reis*, Do R7

Depoimentos são marcados por relatos de perdas
Depoimentos são marcados por relatos de perdas Depoimentos são marcados por relatos de perdas

Acontece nesta quinta-feira (26) o último dia de audiência com as testemunhas de acusação do Caso Backer. As audiências acontecem desde o início desta semana, no Fórum Lafayette, no bairro Barro Preto, região centro-sul de Belo Horizonte. Desde a última segunda-feira (23), testemunhas e vítimas têm dado seus depoimentos sobre o caso.

Nesta quarta-feira (25), testemunhas narraram as sequelas graves que as vítimas enfrentam depois de beber a cerveja contaminada da marca em 2019. Parentes de pessoas que morreram por complicações da intoxicação relataram que vivem a angústia de ter acompanhado todo o drama até descobrir as causas do quadro clínico que resultou em insuficiência renal, cegueira e paralisia. Até a manhã desta quinta, 19 pessoas foram ouvidas pela Justiça.

Os nomes dos depoentes não foram divulgados pelo Tribunal de Justiça. A primeira testemunha ouvida foi a mulher de uma das vítimas. O marido dela ficou com graves sequelas depois de consumir a cerveja contaminada. Ficou cego, precisou usar cadeira de rodas e hoje está em recuperação. Ela contou que os valores de indenização pagos pela Backer não cobrem todo o custo e que a situação acabou afetando toda família, ela teve que abandonar o trabalho.

A segunda testemunha perdeu a madrasta. A enteada relatou em depoimento que vive com a sensação de culpa por ter oferecido a bebida que matou a mulher. A vítima teve insuficiência renal aguda e apresentou confusão mental. 

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A terceira vítima ouvida perdeu o pai, que bebeu a cerveja contaminada numa festa de Ano Novo. Segundo a filha, o pai era saudável, mas também sofreu de insuficiência renal e não resistiu. 

A quarta testemunha foi a mulher de um homem que morreu em março de 2020. O marido comprou seis cervejas da marca, que estava em promoção naquele mês. Ele sofreu um infarto, desenvolveu insuficiência renal e não resistiu, deixando uma filha de 10 anos na época. A mulher que era casada com a vítima há 20 anos se emocionou durante o depoimento e lembra do falecimento como o pior dia da sua vida. 

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A quinta testemunha é amigo de uma vítima. Os dois andavam de bicicleta juntos e ele contou que o amigo era desportista e hoje tem problema de locomoção como sequela da intoxicação. 

A sexta testemunha foi a filha de uma vítima que morreu depois de enfrentar hemodiálise, paralisia facial e problemas na visão. A sétima e última testemunha foi o irmão de uma vítima que seria a primeira do Caso Backer. Segundo ele, o irmão sobreviveu, mas tem várias sequelas: teve que reaprender a falar, perdeu 90cm de intestino, anda devagar, perdeu 60% audição e não consegue trabalhar.

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A expectativa é que nesta quinta-feira, a Justiça termine de colher os depoimentos das 28 vítimas de acusação. Os depoimentos estão sendo colhidos após dois anos e quatro meses desde as intoxicações e mortes causadas por cerveja da marca. Ainda não há data para o julgamento final, já que o juiz pode pedir novos documentos e provas sobre os crimes. Ao todo, 11 pessoas viraram réus no processo referente à contaminação de cervejas da marca mineira. 

*Estagiária sob supervisão de Daniela Fernandes

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