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MP denuncia sócios da Backer por contaminação em cerveja

Dez pessoas morreram por terem ingerido substâncias tóxicas, como o dietilenoglicol, presentes em cervejas da marca, como a Belorizontina

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Cervejaria foi alvo de investigação
Cervejaria foi alvo de investigação

O Ministério Público de Minas Gerais denunciou, nesta sexta-feira (4), 11 pessoas envolvidas na contaminação de cervejas da Backer e pela morte e lesão de consumidores. Dentre elas, estão os sócios-proprietários e responsáveis técnicos da Cervejaria Backer.

Na denúncia, o MP afirma que entre 2018 e o início de 2019, os três sócios-proprietários da empresa venderam, colocaram à venda, armazenaram, distribuíram e entregaram para consumo chopp e cerveja adulterados por substâncias tóxicas usadas no processo de produção das bebidas. Segundo a Promotoria de Justiça, eles sabiam que o produto poderia estar contaminado. 

Inquérito

No início do ano, a Polícia Civil de Minas Gerais abriu um inquérito para investigar casos de contaminação que poderiam estar relacionados ao consumo de cervejas da Backer, dentre elas a Belorizontina.


As investigações, que duraram cinco meses, chegaram à conclusão de que diversos lotes de mais de 10 rótulos da marca estavam contaminados com mono e dietilenoglicol. 

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As duas substâncias, que são tóxicas, seriam usadas para resfriamento da cerveja mas vazamentos e até um furo em um dos tanques da cervejaria possibilitaram o contato da bebida com as substâncias. Até o momento, 10 pessoas morreram em decorrência da contaminação.

Indiciamento


Em junho deste ano, a Polícia Civil concluiu as investigações sobre o caso, após cinco meses de investigação. O inquérito foi encerrado com o indiciamento de 11 pessoas

Os investigadores concluíram que havia indicios de negligência e imperícia por parte de funcionários da empresa no caso. As investigações também encontraram que furos nos tanques de produção da fábrica, em Belo Horizonte, causaram a contaminação pelas substâncias tóxicas monoetilenoglicol e dietilenoglicol.

Os diretores da Backer foram indiciados por não terem retirado as cervejas do mercado após o início das investigações, conforme oerientação do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Além deles, uma testemunha foi indiciada por mentir nos depoimentos, na tentativa de extorquir a cervejaria.

Relembre o motivo dos indiciamentos:

Três diretores: mantiveram a venda de produtos que ofereciam risco à vida dos clientes e por não fazer um grande ato de publicização sobre a contaminação;

Chefe de manutenção: se omitiu ou não agiu para controlar as falhas. Indiciado por homicídio culposo, lesão corporal culposa, e contaminação de produto alimentício;

Seis responsáveis técnicos: responsáveis por garantir a qualidade do produto. Indiciados por homicídio culposo, lesão corporal culposa e contaminação de produto alimentício;

Testemunha: indiciada por falso testemunho e extorsão, por mentir durante as investigações.

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