Justiça manda investigação da PF sobre o Cruzeiro para Polícia Civil
Polícia Federal não encontrou crime contra à União, mas indícios de desvios do Cruzeiro por meio de contratos de fachada e, por isso PC fica com o caso
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas
A Justiça Federal em Minas Gerais determinou que a Polícia Federal envie as informações da investigação sobre o Cruzeiro para a Polícia Civil. A decisão da juíza Camila Franco e Silva Velano tem como base solicitação feita pela PF no âmbito da Operação Escobar.
A Escobar foi desencadeada no ano passado para coibir um suposto esquema de vazamento de inquéritos da Polícia Federal para políticos e empresários. Três advogados e dois escrivães da corporação estavam envolvidos no escândalo.
Por uma coincidência, os investigadores descobriram indícios de desvios de recursos do Cruzeiro por meio de contratos de fachada com advogados e escritórios de contabilidade.
A magistrada cita parecer do Ministério Público Federal dizendo que não existe qualquer prática de delito contra a União. Dessa forma, não cabe à PF seguir com o inquérito sobre o Cruzeiro e, portanto, as provas serão remetidas à Polícia Civil para dar ontinuidade as investigações.
Uma outra parte da investigação sobre clube já vinha sendo conduzida pela Polícia Civil. O inquérito deve ser concluído em breve.
Radar
No despacho, a juíza conta que o Cruzeiro caiu no radar da PF quando foi apreendido celular de um dos advogados investigados pela Escobar. Ao analisar conversas pelo WhatsApp, descobriu-se diálogos sobre tratativas de movimentação de recursos do Cruzeiro que, segundo os investigadores, possuem indícios de desvios de dinheiro do clube.
Em nota, o Cruzeiro informou que vem acompanhando o andamento dos trabalhos, espera que as investigações prossigam e que os responsáveis venham a ser punidos.