Justiça mantém prisão de promotor acusado de matar a esposa em BH
Defesa de André Luís de Pinho havia questionado o fato da prisão preventiva ter sido decretada por desembargador de plantão
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) manteve, nesta quarta-feira (12), a prisão preventiva do promotor André Luís Garcia de Pinho, acusado de assassinar a esposa Lorenza Maria Silva de Pinho, no último dia 2 de abril, em Belo Horizonte.
A decisão é do Órgão Especial do TJMG, que analisou o caso após os advogados de Pinho questionarem o fato da prisão preventiva ter sido decretada por um desembargador de plantão, atendendo um pedido do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais.
Durante a sessão, o advogado Hepaminondas Fugêncio defendeu a suspensão da prisão de Pinho, enquanto o procurador André Ubaldino representou o MPMG pedindo que o acusado continue preso.
A desembargadora Márcia Milanez, relatora do caso, deu parecer favorável à continuidade de dentenção e o voto foi seguido pelos colegadas do Órgão Especial. A reportagem tenta contato com os advogados de André Pinho para comentar sobre a decisão.
O promotor de Justiça André Luís Garcia de Pinho foi denunciado pelo Ministério Público no último dia 30 de abril pelo crime de feminicídio. As investigações do MP, que levaram à denúncia, apontam que a esposa dele, Lorenza Maria Silva de Pinho, de 41 anos, foi vítima de asfixia por ação contundente e intoxicação.
Agora, a Justiça vai analisar se aceita ou não a denúncia. Caso seja aceita, André Pinho se tornará réu no processo.
Investigação
Lorenza morreu no apartamento do casal, no bairro Buritis, região Oeste de Belo Horizonte, no dia 2 de abril. Os investigadores não detalharam como a vítima pode ter sido asfixiada, mas explicaram que foram encontradas marcas no pescoço dela que não condizem com as ações de socorro que poderiam ter sido prestadas pelos atendentes da ambulância acionada no dia da morte.
Já a intoxicação aconteceu pelo uso de medicamentos em dosagem elevada e alto consumo de bebida alcoólica. A perícia do IML (Instituto Médico Legal) constatou que ela havia ingerido um opioide, medicamento analgésico, em quantidade maior que a indicada pelo médico dela.
De acordo com o Ministério Público, o promotor também teria comprado uma garrafa de cachaça, ingerida pela esposa, como uma estratégia de intoxicar Lorenza.