Marcos Valério é suspeito de pagar propina em troca de regalias
Operador do mensalão, publicitário mineiro foi transferido para um presídio de BH após indícios de que gozava de benefícios em Apac
Minas Gerais|Paulo Henrique Lobato, Do R7, com Ezequiel Fagundes, da RecordTV Minas
Condenado no processo do mensalão a 37 anos de prisão, o publicitário Marcos Valério foi transferido da Apac para um presídio por suspeita de pagar propina ao presidente da instituição de apoio a condenados, Flávio Rocha, privilégios em troca de regalias. Toda a direção da Apac foi afastada.
As decisões — transferência de Valério e afastamento da diretoria — são da juiza Marina Rodrigues Brant, da Vara de Execuções Penais de Sete Lagoas, a 70 quilômetros da capital mineira, onde o publicitário cumpria pena, e atende a uma denúncia do Ministério Público do Estado de Minas Gerais.
Entre as regalias a Valério é suspeito de pagar, a saída da unidade sem uso de algemas, uso de telefone e o direito a visitas em dias diferenciados dos demais apenados.
Em contrapartida, o publicitário depositava quantias robustas numa conta bancária que operada pelo presidente da Apac, conforme a sentença:
— Constato que as denúncias indicam que o detento Marcos Valério Fernandes de Souza estaria recebendo tratamento privilegiado na APAC/SL através de seu Presidente, Flávio Lúcio. Existem ainda informações robustas de que Marcos Valério estaria fornecendo quantias em dinheiro ao presidente da unidade.
O dinheiro não era depositado diretamente na conta do presidente da Apac. Segundo a denúncia oferecida pelo Ministério Público, as quantias caiam numa conta aberta por um detento a mando do responsável pela unidade.
Em resposta à RecordTV Minas, o presidente da Apac informou que, "na visão dele, não se trata de privilégios, já que a Apac não é um presídio comum" e que o caso ganhou notoriedade "por se tratar de Marcos Valério".