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Mesmo médico é responsável pela morte de duas pacientes em clínica de Belo Horizonte

Cirurgião plástico Lucas Mendes foi indiciado, em 2022, por homicídio culposo pela morte de Lidiane Aparecida Fernandes

Minas Gerais|Maria Luiza Reis, do R7 e Kiuane Rodrigues, da Record TV Minas


O médico responsável pela cirurgia que ocasionou a morte de uma mulher, de 38 anos, na madrugada desta terça-feira (25), no bairro Lourdes, na região centro-sul de Belo Horizonte, é o mesmo responsável pela morte de outra paciente, em 2021, na mesma clínica. As duas vítimas realizaram o procedimento de abdominoplastia e lipoaspiração. 

Em 2021, horas depois das cirurgias, Lidiane Aparecida Fernandes apresentou complicações, teve uma parada cardiorrespiratória e precisou passar por manobras de ressuscitação. Ela chegou a ser transferida para um hospital particular, mas não resistiu

O cirurgião plástico Lucas Mendes foi indiciado por homicídio culposo após as investigações concluírem que houve "inobservância de determinação do Conselho Federal de Medicina". 

Questionada, a Polícia Civil informou que “o inquérito foi concluído e remetido à Justiça em abril de 2022. O suspeito, um médico à época com 34 anos, foi indiciado pelo crime de homicídio culposo, quando não há intenção de matar. O crime prevê pena de até três anos de reclusão, com aumento de um terço, em razão da inobservância de regra técnica de profissão, o que foi comprovado pela perícia.”


O registro do cirurgião plástico junto ao Conselho Regional de Medicina consta como Regular.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais informou que, no dia 23 de março de 2023, o advogado do médico Lucas Mendes, informou à Justiça o endereço do indiciado "depois de várias tentativas infrutíferas de citação". No dia 27 de março, o juiz da 6a Vara Criminal de Belo Horizonte expediu o mandado de citação. Esta é a última movimentação processual do caso. 


Em nota, o advogado do médico informou que o profissional "possui todas as especializações necessárias para a realização da cirurgia" e que "trata-se de uma lamentável fatalidade, que embora nunca seja esperada ou desejada, é prevista pela literatura médica como risco inerente da cirurgia à qual se submeteu a paciente, não havendo qualquer indicativo de culpa do cirurgião que atuou no caso."

A reportagem procurou o Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina e aguarda retorno. 


Entenda o caso 

Nesta terça-feira, uma mulher, de 38 anos, morreu após realizar uma operação de abdominoplastia e lipoaspiração, na madrugada, no Instituto Mineiro de Obesidade, na região centro-sul da capital mineira. 

Em nota, o instituto informou que a paciente tinha histórico de trombose e que a possível causa da morte seria um tromboembolismo maciço. De acordo com o instituto, "todas as medidas para prevenir o tromboembolismo foram tomadas no procedimento. Contudo as medidas mesmo diminuindo a incidência de complicação não zera sua ocorrência."

Confira a nota do médico na íntegra: 

"Na última madrugada, ocorreu o falecimento de uma paciente de 38 anos, após ser submetida a cirurgia plástica no Hospital IMO, em Belo Horizonte. A paciente possuía boas condições de saúde e foi adequadamente informada dos riscos inerentes ao procedimento, dando seu pleno consentimento.

Foram realizados todos os exames necessários para comprovação de sua indicação para a lipoescultura, não havendo qualquer fator que agravasse seu risco, ou contraindicasse a realização da cirurgia. O procedimento durou cerca de 4 horas, e transcorreu sem qualquer

intercorrência.

A paciente acordou da sedação em condições normais de saúde, sem qualquer incômodo ou queixa. Cerca de 12 horas após a cirurgia, a paciente apresentou instabilidade, sendo atendida e medicada imediatamente pela equipe de plantão do hospital e pelo cirurgião. Após o agravamento do quadro e uma parada cardiorrespiratória, a paciente foi atendida pela equipe do SAMU, mas não resistiu e veio a óbito.

O médico responsável é Cirurgião Plástico, devidamente filiado ao CRM-MG e membro da SBCP-MG. Possui todas as especializações necessárias para a realização da cirurgia.

Trata-se de uma lamentável fatalidade, que embora nunca seja esperada ou desejada, é prevista pela literatura médica como risco inerente da cirurgia à qual se submeteu a paciente, não havendo qualquer indicativo de culpa do cirurgião que atuou no caso, ou do hospital onde a cirurgia foi realizada.

A equipe está colaborando de todas as formas com as autoridades, e junto aos familiares, com todo o suporte cabível e necessário. Através do nosso departamento jurídico, lamentamos profundamente a fatalidade ocorrida, e nos colocamos à disposição para quaisquer esclarecimentos necessários."

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