Metrô de BH terá reforço durante greve dos motoristas de ônibus
Central de trens vai monitorar os horários com aumento da demanda para ofertar mais viagens no decorrer do dia
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O metrô de Belo Horizonte terá um reforço na escala de funcionamento durante a greve dos motoristas de ônibus, prevista para iniciar nesta quinta-feira (2).
A informação foi confirmada pela CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), na noite desta quarta-feira (1º). A medida visa reduzir o impacto da paralisação na rotina dos usuários do transporte público.
De acordo com a CBTU, a central de monitoramento em tempo real vai avaliar os horários que registrarem aumento de demanda. Quando ocorrer, será acionada a escala de pico, com intervalo entre as viagens de 7 a 10 minutos. Nos momentos de baixa procura, o intervalo entre viagens é de 15 minutos.
"Poderão ser ofertados mais trens acoplados (de 8 carros) no lugar dos trens simples (de 4 carros)", detalhou a administradora do serviço.
A bilheteria do metrô funciona das 5h40 às 23h. Quem já tem bilhete ou cartão de transporte pode embarcar entre 5h15 e 23h.
Greve
A greve dos trabalhadores de ônibus foi anunciada na tarde desta quarta-feira (1º). A categoria decidiu realizar a paralisação após recusar a proposta de acordo salarial apresentada pelas empresas.
A oferta foi de 9%, mas os motoristas alegam que estão sem reajuste há dois anos e, assim, precisariam de mais 8% referente ao acumulado do INPC (Índice Nacional de Preços no Consumidor) em 2021, além da garantia de benefícios na convenção coletiva.
Os trabalhadores prometem manter a frota mínima de 60% dos carros na ativa.
Procurado, o Setra-BH informou que acionou a Justiça para obrigar a circulação de 100% da frota de ônibus, sob pena de multa. O sindicato avaliou que o movimento causa "estranheza", já que foi ofertada a proposta de reajuste de 9% no salário e correção do auxílio-alientação no mesmo percentual, " mesmo diante do absoluto esgotamento financeiro das empresas de transporte da capital e da impossibilidade de arcarem com qualquer acréscimo de custos do sistema".
"Além da proposta apresentada ser satisfatória aos pleitos da classe laboral, o SetraBH formulou o mesmo índice proposto pelas empresas do sistema metropolitano e que foi aprovada em assembleia de 9 (nove) sindicatos de trabalhadores do transporte público da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH)", completou o sindicato patronal em nota.
Esta é a segunda paralisação realizada em duas semanas. Na primeira, o grupo cruzou os braços durante dois dias e voltou ao trabalho após o Setra-BH se comprometer a apresentar uma proposta de reajuste. Até então, os empresários não queriam realizar nenhuma atualização salarial alegando crise financeira.
Veja como foi a greve da última semana: