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Motoristas de ônibus suspenderão greve em BH a partir desta quarta

Categoria promete paralisar novamente caso as empresas não apresentem proposta de reajuste salarial até a próxima sexta (26)

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Categoria diz que não recebeu nenhuma proposta
Categoria diz que não recebeu nenhuma proposta

O sindicato que representa os motoristas de ônibus de Belo Horizonte decidiu, nesta terça-feira (23), suspender a greve da categoria iniciada nesta segunda-feira (22).

A expectativa é que a escala das viagens volte à normalidade a partir da 0h desta quarta-feira (24).

A decisão foi apresentada durante audiência de conciliação mediada pelo TRT 3 (Tribunal Regional do Trabalho da Terceira Região), nesta tarde.

Em troca, o Setra-BH (Sindicato das Empresas de Transporte Público de Belo Horizonte) se comprometeu a apresentar a proposta de reajuste salarial solicitada pelos trabalhadores até às 18h, da próxima sexta-feira (26).


A categoria alega que não recebe reajustes há dois anos e que não chegou a acordo com o sindicato patronal até o último dia 5, data limite para a negociação da convenção coletiva. Nesta segunda-feira, os dois lados já haviam se reunido junto ao TRT, mas o sindicato dos empresários não apresentou proposta de aumento, alegando dificuldades financeiras.

"Infelizmente só podemos esperar até sexta-feira. Se não vier [a proposta], vamos retomar o movimento grevista", ressaltou o advogado José Adolfo, representando os trabalhadores.


"Vamos fazer o possível para entregar no prazo", respondeu o advogado Dênio Moreira, representante das empresas de ônibus, que havia solicitado o prazo até a próxima terça-feira (30).

Prefeito participa


Diferentemente da reunião realizada nesta segunda-feira, a prefeitura foi chamada para participar do encontro desta tarde. O convite aconteceu após o Setra-BH alegar que depende do Executivo autorizar o aumento no valor da passagem para conseguir ajustar os rendimentos dos trabalhadores.

Participando remotamente, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) alegou que o município não deve ser considerado parte envolvida no processo. "A prefeitura não faz parte da relação entre patrão e empregado", ressaltou o político que se dispôs a receber o grupo para tentar mediar um acordo.

Kalil lembrou, ainda, que o reajuste da passagem está em análise em dois processos judiciais movidos pelo Setra-BH no início deste mês. "Se o desembargador determinar, a prefeitura faz. Se não, não faz".

Embora reconhecendo os direitos dos trabalhadores, o prefeito classificou a paralisação como abusiva, já que, segundo ele, não foi cumprido o mínimo de 60% de operação determinado pela Justiça. "Chegamos, no máximo, a pouco mais de 30%", disse Kalil.

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