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Moradores de Brumadinho (MG) fecham estrada em protesto

Cerca de 60 pessoas manifestam contra possível instabilidade em estrutura que sobrou da barragem da mineradora na cidade da Grande BH

Minas Gerais|Caio Silva*, do R7

Cerca de 60 pessoas participam do protesto
Cerca de 60 pessoas participam do protesto

Ao menos 60 moradores do bairro Parque da Cachoeira, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, fazem uma manifestação, na manhã desta sexta-feira (16), contra a mineradora Vale.

Segundo os participantes do protesto, a ação é devido a duas novas trincas que foram descobertas pela mineradora, na tarde desta quinta-feira (15). Os moradores bloquearam com madeiras, pedras e outros objetos, o trecho da rodovia BR-381 que passa pela cidade.

Juliana Souza de Oliveira, de 24 anos, participante do protesto, conta que os moradores irão ficar na rodovia até que a mineradora se posicione sobre o assunto. 

— Tem uma barragem rompendo e eles [Vale] não dão nenhuma informação. A sirene de emergência toca, todo mundo sai correndo, mas não avisam nada. Vamos continuar aqui hoje, amanhã e depois até termos uma resposta.


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Juliana conta que depois do rompimento da barragem B1, da mina do Córrego do Feijão, no dia 25 de janeiro de 2019, que deixou 259 pessoas mortas e 11 desaparecidos, começou a fazer um tratamento psiquiátrico.

— A gente não tem sossego para dormir, não queremos morar mais aqui na região, devido ao perigo de um novo rompimento. 


A manifestante ainda contou que o auxílio pago mensalmente pela mineradora aos moradores que, de algum modo, foram afetados pelo rompimento, não é quitado há muito tempo. 

— Eu já entrei na Justiça contra a Vale sobre a indenização. Eles não pagam. 


Até o momento duas viaturas da PM (Polícia Militar) acompanham a manifestação, que segue pacífica. 

Outro Lado

Por meio de nota, a Vale informou que "um comitê de especialistas internos e externos já avalia a situação para definir as medidas necessárias, que também serão submetidas à análise da empresa auditora".

A empresa ainda disse que a evacuação de moradores das comunidades vizinhas à barragem não é necessária. 

Sobre o pagamento emergencial mensal, a empresa alegou que "realiza encontros regulares com representantes legítimos dos atingidos pelo rompimento da barragem I, em Brumadinho, visando uma reparação célere e respeitosa."

A mineradora ainda informou que o benefício foi concedido em acordo judicial homologado em fevereiro de 2019, e que "mais de 106 mil moradores de Brumadinho e municípios na calha do rio Paraopeba até a cidade de Pompéu, recebem os valores mensalmente no valor de até um salário mínimo".

Trinca

Nesta quinta-feira (15), a mineradora Vale encontrou duas trincas na estrutura que restou da barragem B1, em Brumadinho, durante uma inspeção de rotina da empresa. O trabalho do Corpo de Bombeiros nas buscas das 11 vítimas que ainda estão desaparecidas foram interrompidas.

O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais), juntamente com a mineradora, decidiram paralizar as atividades que ficam a até 3 km da barragem. A estrutura está sendo monitorada pela Vale. 

Tragédia Brumadinho

A barragem B1 da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019. A tragédia deixou ao menos 259 pessoas mortas e 11 seguem desaparecidas. 

O Corpo de Bombeiros fazem os trabalhos de busca para tentar encontrar corpos que ainda estão desaparecidos. 

*Estagiário do R7 sob supervisão de Pablo Nascimento 

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