MP ainda não descarta participação de promotor em morte da esposa
Chefe do órgão em Minas Gerais prometeu "ir até o fim" caso fique provado o feminicídio contra Lorenza Maria Silva de Pinho
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
O MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) ainda não descartou a possibilidade de envolvimento do promotor André Luís Garcia de Pinho na morte da esposa dele, no último dia 2 de abril.
O chefe do órgão, o procurador-geral de Justiça de Minas, Jarbas Soares Júnior, lamentou a situação investigada pelo MP, mas prometeu "ir até o fim" caso seja comprovado que Lorenza Maria Silva de Pinho foi vítima de feminicídio, aos 41 anos.
Jarbas fez um pronunciamento sobre o caso, nesta sexta-feira (9), quando a morte completou uma semana. Na época, Pinho alegou que a companheiro morreu asfixiada enquanto dormia por estar sob efeito de remédios. A família da mulher questionou a versão e a história começou a ser investigada.
— O MP vai concluir, depois de todas as análises, a sua posição e, sendo feminicídio, vai até o fim. E, caso a morte tenha ocorrido de outra maneira, que não seja um crime, vai também tomar as providências para esclarecer à população, à família e aos amigos e ter uma posição definitiva sobre esse fato.
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Pinho foi preso no apartamento onde mora, no bairro Buritis, na região Oeste de Belo Horizonte, no último domingo (4). Soares destacou que a prisão é temporária.
— O promotor de Justiça está preso temporariamente para que essas provas sejam colhidas com respaldo do poder judiciário e também até no sentido de preservação da sua própria pessoa e dos seus filhos, para que eventualmente não possa acontecer uma nova tragédia.
Como Pinho é membro do Ministério Público, a investigação fica a cargo do órgão e não da Polícia Civil. O corpo de Lorenza, que chegou a ser levado para a funerária contratada pelo marido, ainda está no IML (Instituto Médico Legal). Ele só será liberado após autorização dos investigadores.
Laudos preliminares apontaram marcas no corpo da mulher. Segundo o advogado Robson Lucas, que defende Pinho, elas teriam sido provocadas pelo atendimento médico prestado à Lorenza quando ela passou mal.