Mudança no orçamento pode afetar Centro de Vacinação, alerta UFMG
Universidade negocia com o governo para evitar impacto no projeto que vai garantir autonomia de imunizantes ao país
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
A UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) teme atraso na construção do Centro Nacional de Imunização, em função do remanejamento de R$ 600 milhões do orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia aprovado pelo Congresso na última semana.
Mário Montenegro, pró-reitor de pesquisas da universidade, lembra que R$ 50 milhões dos R$ 80 milhões do valor do projeto será financiado pelo Ministério da Ciência e Tecnologia.
— Se esse corte se concretizar, não sabemos quando será possível continuar com o projeto. Aconteceu do Centro de Vacinas cair neste momento tão difícil em que a ciência nacional vem sofrendo muito.
Montenegro explica que a iniciativa não será a única afetada caso o orçamento seja limitado. Segundo o representante da universidade, as pesquisas que dependem do edital universal do CNPq também correm risco, já que alguns projetos da UFMG dependem dos recursos que serão viabilizados por ele para continuidade.
— Não se trata apenas da disponibilização de bolsas. Recursos para manutenção de equipamentos de laboratórios também podem vir dessa verba.
O pedido de remanejamento orçamentário foi feito ao Congresso pelo Ministério da Economia, mas ainda há chances da mudança ser revertida. Marcos Pontes, ministro da Tecnologia, disse esta semana que até ele e o presidente foram pegos de surpresa.
De acordo com Montenegro, a UFMG tem mantido conversas com o Governo Federal sobre formas de evitar o cenário negativo.
Centro de Vacinas
O Centro Nacional de Imunização vai expandir os trabalhos do atual laboratório da universidade conhecido como CT Vacinas, transformando-o em um polo nacional de desenvolvimento de imunizantes, fármacos e kits diagnósticos.
A estrutura será construída em um terreno de 4.400 metros quadrados no BH-Tec (Parque Tecnológico de Belo Horizonte), ao lado do campus Pampulha da UFMG.
O governo federal espera que a iniciativa garanta autonomia ao Brasil na produção de vacinas até 2022.