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Operação de barragens de Itatiaiuçu e Barão de Cocais é suspensa

Medida foi tomada após mineradoras anunciarem necessidade de evacuação de parte da cidade devido ao risco de rompimento

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Engenheiros não liberaram laudos para barragem
Engenheiros não liberaram laudos para barragem Engenheiros não liberaram laudos para barragem

A Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente de Minas Gerais) anunciou, nesta sexta-feira (8) a suspensão das atividades das barragens Gongo Soco, da Vale, e Serra Azul, da Arcelormittal. As estruturas ficam, respectivamente, em Barão de Cocais e Itatiaiuçu, a 93 quilômetros e 73 quilômetros de Belo Horizonte.

A medida foi tomada após ambas as empresas decretarem, durante a madrugada, risco de rompimento nas estruturas. Segundo a Defesa Civil, cerca de 700 pessoas precisaram deixar suas casas e foram levadas para hotéis.

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Segundo a Vale, a medida, classificada como preventiva, foi tomada em Barão de Cocais após a empresa de consultoria Walm negar a Declaração de Condição de Estabilidade à estrutura.

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Em Itatiaiuçu, a remoção dos moradores foi proposta pela Arcellormittal depois de uma inspeção na mina. A avaliação foi feita por uma empresa independente contratada pela mineradora.

Apesar das duas ações terem ocorrido no mesmo dia, elas não têm ligação. As cidades ficam 250 quilômetros distantes uma da outra. A Semad informou que os trabalhos nos locais só serão retomadas após regularização dos documentos.

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A Defesa Civil do Estado informou que os órgãos responsáveis já trabalham na correção das falhas, mas ainda não há previsão para que isso ocorra.

Veja a íntegra da nota da Vale:

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"A Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou a evacuação de área à jusante da barragem Sul Superior da mina Gongo Soco, em Barão de Cocais (MG), depois de ser informada pela Vale que a empresa estaria dando início ao nível 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).

A Vale ressalta que a decisão é preventiva e aconteceu após a empresa de consultoria Walm negar a Declaração de Condição de Estabilidade à estrutura.

A ação teve início na madrugada de hoje (8/2) e vai abranger cerca de 500 pessoas nas comunidades de Socorro, Tabuleiro e Piteiras, todas situadas na cidade de Barão de Cocais, distante 100 km de Belo Horizonte.

Como medida de segurança, a Vale está intensificando as inspeções da barragem Sul Superior. Também será implantado equipamento com capacidade de detectar movimentações milimétricas na estrutura.

A Vale está trazendo consultores internacionais para fazer nova avaliação da situação no próximo domingo (10/2)".

Veja a íntegra da nota da Arcelormittal:

"Após informar e discutir a situação com as autoridades locais, chegou-se ao entendimento de que a comunidade de cerca de 200 pessoas situada a jusante da barragem deveria ser evacuada como medida de precaução. 

A ação decorre de uma inspeção e auditoria minuciosas da barragem de rejeitos, que foram realizadas após os recentes incidentes acontecidos no setor de mineração, no Brasil. Empregando uma metodologia mais conservadora, a auditoria independente responsável pela declaração de estabilidade revisou o último relatório e adotou para a barragem um Fator de Segurança (Factor of Safety ou FoS) mais restritivo. 

A ação segue a atualização de uma avaliação feita no local, contratada pela ArcelorMittal Mineração e realizada por auditoria independente. A avaliação incluiu testes de stress feitos na barragem de Serra Azul, a partir de dados e aprendizado decorrentes dos eventos da barragem do Feijão, em Brumadinho. Baseado na variação do fator de segurança, a decisão tomada foi de evacuar todos os residentes enquanto testes adicionais estarão sendo tomados e qualquer medida de mitigação possa ser implementada. O trajeto histórico a ser seguido pelo fluxo, em caso de colapso, avaliado quando a barragem estava ativa, era de aproximadamente de quatro a cinco quilômetros.

Esta é uma medida puramente de precaução, visto que a comunidade se situa a 5 km de distância da barragem. A empresa concluiu que não se pode correr absolutamente nenhum risco, e que, apesar do transtorno para a comunidade, esta é a decisão correta.

A comunidade está sendo transferida para acomodações temporárias. Os membros da comunidade permanecerão acomodados no novo local enquanto testes adicionais estão em andamento e até que a segurança da barragem de rejeitos possa ser 100% garantida.

O senhor Benjamin Baptista, CEO (Presidente) da ArcelorMittal Brasil, declarou: 'Pedimos desculpas à comunidade local pelo transtorno; porém sabemos que esta é a decisão correta e sem dúvida a única decisão que poderíamos tomar. As autoridades locais concordaram. Procuraremos retornar as pessoas para suas casas o tão logo possível, embora à esta altura não seja possível dizer quando será. Especialistas continuam a inspecionar e analisar as condições da barragem de rejeitos e, no caso de terem que ser implementadas novas medidas para maior garantia da barragem, isso será feito o mais rapidamente possível. Agradecemos a compreensão dos empregados e da comunidade, neste momento difícil'.

Sebastiao Costa Filho, CEO da ArcelorMittal Mineração Brasil, disse: 'Nossa absoluta prioridade é assegurar que nosso pessoal e a comunidade estejam seguros. Manteremos constante contato com aqueles afetados para mantê-los atualizados sobre a situação. Tão logo tenhamos mais informações, faremos novos pronunciamentos. Gostaria de agradecer a todos os afetados – esta é claramente uma situação difícil e esperamos que ela seja resolvida o mais rapidamente possível.”

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