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Polícia Federal vê sinais de falsidade ideológica no crime da Vale

Delegado da Polícia Civil também afirma que provas colhidas até o momento indicam crime de homicídio com dolo eventual em rompimento de barragem

Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7

Crimes teriam sido cometidos pela Vale e empresa contratada
Crimes teriam sido cometidos pela Vale e empresa contratada

O delegado Luiz Augusto Pessoa Nogueira, da PF (Polícia Federal), declarou, nesta segunda-feira (25), que a equipe que investiga o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já tem convicções que houve prática do crime de falsidade ideológica e de uso de documento falso.

Segundo o Nogueira, que preside as investigações da PF, o inquérito que apura as duas infrações deve ser concluído na primeira quinzena do mês de abril.

— A gente já tem convicção de que houve a prática do crime de falsidade ideológica e do crime de uso de documento falso. Falsidade ideológica cometida pela empresa de auditoria externa, no caso a Tüv Süd, quando atestou a declaração de estabilidade da barragem de Brumadinho, na minha visão, de forma fraudulenta. E o uso de documento falso é justamente pela Vale que utilizou desse documento para obter as autorizações junto aos órgãos de fiscalização e controle.

Homicídio


A afirmação do policial foi feita durante depoimentos da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que também apura o caso.

O chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra Meio Ambiente da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Bruno Tasca Cabral, também participou do encontrou e afirmou que as provas colhidas até o momento também indicam sinais de homicídio com dolo eventual na tragédia. Neste tipo de crime, o autor do delito assume o risco de matar, mesmo sem querer efetivamente causar o óbito.


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— Já colhemos muitas informações que nos permitem supor uma hipótese de dolo eventual. Agora resta apontar a participação de cada funcionário nesse evento que aconteceu. Não tenham dúvidas de que se, ao final, chegarmos na diretoria e presidência [da Vale], as responsabilidades serão apontadas.

Além dos delegados, membros do Corpo de Bombeiros foram ouvidos pelos deputados mineiros. A CPI tem o prazo de até 180 dias para concluir os trabalhos. Na próxima quinta-feira (28), novos depoimentos devem ser colhidos na ALMG e uma audiência pública deve ser realizada em Brumadinho na semana que vem.

A reportagem procurou a Vale a Tüv Süd para comentar as declarações da Polícia Federal, mas aguarda retorno.

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