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Prefeito denuncia incoerência na distribuição de vacinas em Minas

Vittorio Medioli (PSD), de Betim, denuncia que sua cidade recebeu quantitativo muito menor de vacinas que outras cidades

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Prefeito citou "falta de transparência" do Governo
Prefeito citou "falta de transparência" do Governo

O prefeito de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, Vittorio Medioli (PSD), acusou o Governo de Minas de incoerência na distribuição de vacinas contra a covid-19. O chefe do Executivo municipal foi ouvido nesta quinta-feira (20), na sessão da CPI dos Fura-Fila, que investiga supostas irregularidades na vacinação de servidores da SES-MG (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais). 

Medioli apresentou dados que mostram uma diferença grande no quantitativo de doses enviadas para as cidades.

Segundo ele, o Governo de Minas encaminhou um quantitativo de doses de vacinas contra a covid-19 suficiente para imunizar, com a primeira dose, 57% dos moradores de Belo Horizonte. No entanto, Betim, cidade governada por ele, teria recebidoo suficiente para vacinar apenas 27% dos habitantes.

O prefeito também afirmou que Minas Gerais recebeu menos vacinas do que a média dos Estados. Nas contas dele, o Ministério da Saúde repassou vacinas suficientes para imunizar, com a primeira dose, 41% dos seus moradores. Nos outros Estados, esse índice seria de 43%. 


Medioli acusou o Governo de Minas de falta de transparência e de privilegiar alguns municípios em relação a outros. 

— Juiz de Fora é a cidade do secretário que foi demitido e é a segunda mais privilegiada. A equipe foi montada por ele e ninguém foi substituído. Recebeu o dobro de vacinas que Ribeirão das Neves.


Segundo ele, o Governo de Minas deveria suspender as remessas para municípios que receberam mais vacinas e "cumprir o dever que tem com outros municípios". 

— O governo não faz uma política regressiva para pessoas mais pobres, é exatamente o contrário, e privilegia quem tem mais renda, mais recurso. 


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Outro lado

O deputado Guilherme da Cunha (Novo) criticou as colocações do prefeito de Betim, que deixou a sessão antes de ouví-lo. Segundo o parlamentar, que saiu em defesa do Governo de Minas, disse que o Estado segue o critério de distribuição determinado pelo PNI (Plano Nacional de Imunização). 

— O critério não é a distribuição populacional, como ele frisou aqui, mas é o quantitativo da população dos grupos prioritários em cada município. O município de Juiz de Fora, por exemplo, tem o dobro de profissionais de saúde que Betim e tem cinco vezes mais pessoas que pertencem ao grupo prioritário 1 que a cidade dele. 

De acordo com o Governo de Minas, a informação do prefeito de Betim é "equivocada", já que a distribuição dos imunizantes "não leva em consideração o número absoluto de habitantes por cidades. Ela segue o critério estabelecido pelo Ministério da Saúde no Programa Nacional de Imunização (PNI), que leva em conta o quantitativo de grupos prioritários".

"Portanto, se um município, por exemplo, tem um quantitativo maior de idosos, receberá mais doses que uma cidade com perfil populacional com mais jovens. E assim sucessivamente, sempre tendo o olhar para os grupos estabelecidos pelo Ministério da Saúde", diz o Governo do Estado, em nota.

Confira a nota, na íntegra:

Os números não mentem: Minas Gerais é o Estado do Sudeste com menor quantidade de óbitos por habitante, o que demonstra a competência do Estado em lidar com o desafio imposto pela pandemia do novo coronavírus. O Estado comprou os respiradores com melhor preço de mercado, distribuiu EPIs aos municípios e tomou frente para adquirir medicamentos quando os municípios não conseguiram o atendimento por parte de fornecedores. O Governo estadual também começou a arcar com os leitos de UTI que eram custeados pelo Governo Federal. Quanto à vacinação, como todos sabem, as vacinas são de responsabilidade do Governo Federal. Assim como todos os brasileiros, o Estado espera que haja uma celeridade maior na aquisição de vacinas pelo ente federal.

Ao contrário de afirmações equivocadas, a entrega de imunizantes feita pelo Estado não leva em consideração o número absoluto de habitantes por cidades. Ela segue o critério estabelecido pelo Ministério da Saúde no Programa Nacional de Imunização (PNI), que leva em conta o quantitativo de grupos prioritários. Portanto, se um município, por exemplo, tem um quantitativo maior de idosos, receberá mais doses que uma cidade com perfil populacional com mais jovens. E assim sucessivamente, sempre tendo o olhar para os grupos estabelecidos pelo Ministério da Saúde. O Governo de Minas disponibilizou o Vacinômetro, com dados sobre a distribuição a todos os municípios. Este é um Governo técnico e transparente, que trata todos os municípios com isonomia, e que repudia qualquer tipo de insinuação que possa ter cunho de ordem não republicana. Prova disso são os critérios estritamente técnicos com que é feita a gestão em todas as secretarias. Vale lembrar que, além da ótica dos grupos prioritários, Belo Horizonte foi a única cidade mineira a receber vacinas da Pfizer – nas remessas recebidas nos dias 3 e 5 de maio – porque o Ministério da Saúde enviou as doses apenas para as capitais, tendo em vista a necessidade de refrigeração especial. Entretanto, nova orientação do Ministério da Saúde possibilitará a distribuição do imunizante a mais municípios.

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