Moradores de Paracatu de Baixo, distrito de Mariana, na região central de Minas Gerais, que tiveram suas casas levadas pela lama de rejeitos da barragem da Samarco aprovaram, nesta quinta-feira (13), o projeto de reconstrução da comunidade. Ao todo, 120 famílias do distrito ficaram desabrigadas na tragédia ocorrida em novembro de 2015.
O projeto agradou 97% dos grupos familiares que participaram da assembleia de votação. Segundo a Fundação Renova, entidade responsável pelas ações de reparação dos danos causados pelo rompimento, o reassentamento vai preservar ao máximo o modo de vida dos moradores e características originais da comunidade.
O desenho urbanístico foi baseado em indicações da comunidade, da Comissão de Atingidos, assessoria técnica e do MPMG (Ministério Público de Minas Gerais).
A área escolhida para abrigar as casas fica em um terreno conhecido como Lucila, que pertence à Mariana. O reassentamento ocupará aproximadamente 65 hectares da área.
Próximos passos
Ainda não há previsão de início para reconstrução dos imóveis, uma vez que o terreno escolhido é rural e precisa passar por mudanças de registro. Para que os trabalhos sejam iniciados, a Renova ainda depende de regularização junto à Câmara e Prefeitura de Mariana e ao Governo do Estado. Segundo a fundação, os trâmites necessários já estão sendo seguidos.
Bento Rodrigues
A lama de rejeitos também destruiu os lares de 225 famílias do distrito de Bento Rodrigues. A comunidade passou pelo mesmo processo de planejamento do reassentamento e as obras começaram no início do mês de agosto. Para lá, a previsão é de que a construção seja concluída em até dois anos.
Tragédia
Além dos desabrigados de Paracatu de Baixo e Bento Rodrigues, moradores de Gesteira também ficaram sem casa na tragédia. Dezenove pessoas morreram e a lama de rejeitos atingiu o Rio Doce, que deságua no oceano Atlântico, no Espírito Santo.