Risco de rompimento de barragem em Minas mobiliza força-tarefa
Nível de risco da barragem da Vale foi elevado para o grau máximo nesta sexta-feira (22); moradores devem receber treinamento sobre fuga
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
Representantes das defesas civis estadual e municipal, da mineradora Vale, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e da Prefeitura de Barão de Cocais, cidade a 93 km de Belo Horizonte, se reúnem, na manhã deste sábado (23), para traçar um plano de ação para o caso de rompimento da barragem Sul Superior, da Mina Gongo Soco.
O nível de alerta da estrutura foi elevado para o grau máximo (3), no final da noite desta sexta-feira (22), após a empresa de avaliação contratada pela Vale não atestar a segurança da barragem.
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De acordo com o tenente-coronel Flávio Godinho, coordenador-adjunto da Defesa Civil de Minas Gerais, a equipe da força-tarefa trabalhou durante a madrugada para rever o plano de contingência da cidade.
No dia oito de fevereiro, 492 pessoas que moram na chamada zona de autossalvamento – áreas que ficam a 10 km da jusante da barragem ou que a lama de rejeitos pode atingir em até 30 minutos – foram retiradas de suas casas preventivamente. Na data, o nível de alerta da barragem foi elevado para 2.
Godinho explica que a preocupação de momento é com quem vivem nas áreas secundárias, ou seja, as que em casos de rompimento, podem ser atingidas depois de 30 minutos.
— Existem cerca de 3.000 residências cujos moradores devem ser orientados para onde devem se descolar em caso de rompimento. Devemos fazer um treinamento neste domingo ou na segunda-feira.
Nível de risco
A ANM (Agência Nacional de Mineração) prevê três classificações de risco para as barragens no Brasil. Segundo o órgão de fiscalização, atualmente existem 729 estruturas que recebem rejeitos de mineração no país.
Veja o que significa cada grau de risco:
• Nível 1: Quando detectada anomalia que resulte no início de uma ISE (Inspeção de Segurança Especial) e para qualquer outra situação com potencial comprometimento de segurança da estrutura;
• Nível 2: Quando o resultado das ações adotadas na anomalia do nível anterior for classificada como “não controlada”;
• Nível 3: Quando a ruptura da barragem é iminente ou está ocorrendo.