Samarco inicia obra de estrutura que substituirá barragem de Fundão
Cava Alegria Sul servirá como depósito dos rejeitos da atividade minerária da empresa em Mariana, na região Central de Minas Gerais
Minas Gerais|Pablo Nascimento, do R7
A Samarco inicia nesta semana as obras de preparação da estrutura que vai substituir a barragem de Fundão, em Mariana, na região Central de Minas Gerais, no depósito de rejeitos de mineração da empresa. A previsão é de que o trabalho seja concluído em agosto de 2019. Ainda assim, a mineradora não garante voltar às atividades na cidade no próximo ano.
A barragem de Fundão rompeu em novembro de 2015, deixando 19 mortos e 362 famílias desabrigadas nos distritos de Bento Rodrigues, Gesteira e Paracatu de Baixo. A lama de rejeitos atingiu o Rio Doce e chegou até o oceano Atlântico, no litoral norte do Espírito Santo. O caso é considerado a maior tragédia ambiental do país.
A grande cratera que vai passar a receber os restos da mineração é chamada de cava Alegria Sul. A estrutura foi originada a partir da escavação do terreno para extração de minério. Agora, ela será preparada para servir de depósito para até 16 milhões de metros cúbicos de resíduos. Segundo a Samarco, ela permite a contenção segura dos rejeitos, uma vez que possui formação rochosa e estável.
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A vida útil da cava será de aproximadamente sete anos, graças a um processo que vai reduzir o volume do material por meio de um processo de filtragem de adensamento da lama. O processo também garantirá a recirculação de água na produção.
A cava fica dentro do complexo Germano, o mesmo que foi palco da tragédia que matou 19 pessoas na tragédia de 2015. No entanto, ela fica afastada das áreas de barragens. A estimativa da Samarco, controlada pelas empresas Vale e BHP Billinton, é de que a obra contará com o apoio de 750 funcionários diretos e indiretos. Alguns deles, serão trabalhadores que já são contratados pela firma.
Auditoria
Na última sexta-feira (28), a Samarco firmou um Termo de Compromisso com o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais) se comprometendo a contratar uma empresa de auditoria independente para acompanhar a implementação do sistema de deposição de rejeitos. Essa equipe será responsável por atestar a segurança técnica e ambiental da cava.
Mesmo após a conclusão da cava, a mineradora não tem previsão de voltar a funcionar em 2019. Para que os trabalhos sejam retomados, a empresa precisa de revalidar todas as licenças operacionais que foram suspensas pela Semad (Secretaria de Estado de Meio Ambiente) em outubro de 2016. O pedido de LOC (Licenciamento Operacional Corretivo) foi feito em setembro de 2017 e a Samarco espera reaver as autorizações no decorrer do próximo ano.