Servidores denunciam estrutura de hospital para atender coronavírus

Os funcionários da Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais) denunciam que o Hospital Eduardo de Menezes, referência no tratamento de doenças infectocontagiosas, não possui infraestrutura adequada para receber casos suspeitos de coronavírus no Estado.

De acordo com os servidores, a unidade está em obras há cerca de um mês. Segundo um funcionário que não quis se identificar, o setor isolamento não possui equipamentos como filtro e ar-condicionado.

— Como que pode? Um quarto de isolamento que não tem filtro, não tem ar-condicionado.

Um vídeo feito dentro do hospital mostra que nesta área as portas não fecham corretamente, faltam trincos e existem frestas que ameaçam a saúde dos profissionais e dos demais pacientes.

O Sind-Saúde MG (Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais) já acionou o Ministério Público e pede que uma vistoria seja feita na unidade para identificar as possíveis irregularidades apontadas pelos servidores. 

Segundo Neuza Freitas, representante do sindicato da categoria, o órgão tenta uma reunião com representantes da Fhemig para tratar dos problemas do Hospital Eduardo de Menezes.

— Todas as reuniões são agendadas e desmarcadas de última hora. Agora, eles marcaram uma reunião para esta quinta-feira (5). 

O Sind-Saúde MG denuncia ainda que a direção do hospital teria cogitado a hipótese de receber pacientes com suspeita de coronavírus no CTI (Centro de Terapia Intensiva), onde ficam outras pacientes e que não tem estrutura de isolamento.

— No último caso suspeito, eles anunciaram a necessidade de ir para um leito do CTI. Os trabalhadores disseram que não tinha as condições necessárias e foram intimidados, inclusive pela chefia.

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Por nota, a Fhemig informou que o Hospital Eduardo de Menezes possui estrutura para atender pacientes com surtos de doenças infectocontagiosas, como casos de coronavírus. Ainda disse que a unidade passa por adaptações e tem equipe treinada para prestar assistência necessária visando a segurança de pacientes e dos funcionários.

O Ministério Público de Minas Gerais informou que está orientando os promotores de Justiça sobre como fazer o controle da atuação das autoridades sanitárias, na prevenção do coronavírus no Estado e que emitiu um comunicado com protocolos a serem adotados.

Suspeitas em Minas

De acordo com boletim divulgado na tarde desta segunda-feira (3), a SES (Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais) investiga, ao todo, 48 casos suspeitos de coronavírus, 19 deles em Belo Horizonte. Nenhum caso foi confirmado em Minas até o momento.

Os outros casos foram registrados em: Barbacena (1), Betim (1), Contagem (4), Divinópolis (3), Ipatinga (1), Juiz de Fora (1), Lavras (1), Montes Claros (1), Mutum (1), Ouro Preto (1), Sete Lagoas (1), Uberaba (1), Uberlândia (3), Varginha (4) e Viçosa (1). Outros quatro casos foram identificados em outros países: um na Alemanha e três na Itália.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Pablo Nascimento