Sindicatos pedem que debate sobre Reforma da Previdência seja adiado
Representantes de categorias acusam Governo de Minas de "covardia" ao querer aprovar reforma em meio à pandemia; Legislativo admite atraso
Minas Gerais|Célio Ribeiro*, do R7
Líderes de sindicatos de diversas categorias de servidores estaduais pediram durante reunião na Assembleia Legislativa de Minas Gerais que a discussão sobre a reforma da previdência não seja feita durante a pandemia. O pedido foi feito durante um seminário sobre o assunto promovido pelo Legislativo.
Diretor da Asthemg (Associação dos Trabalhadores da Fundação Hospitalar de Minas Gerais) e funcionário do Hospital João 23, Carlos Augusto Martins, afirmou que os profissionais da saúde do Estado não poderiam ter seus direitos ameaçados justo neste momento em que o trabalho tem sido muito maior.
— Essa reforma é a punição que vamos receber depois de trabalhar tanto, em condições precárias, cumprindo nossa missão e arriscando nossas vidas durante a pandemia?
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Já a vice-presidente do Serjusmig (Sindicato dos Servidores da Justiça de 1ª Instância de Minas Gerais), Sandra de Souza, considera uma “covardia” a possível aprovação a reforma da previdência no momento atual. Segundo ela, a proposta deveria ser discutida com os trabalhadores, e isso não seria viável através dos meios digitais.
— A participação dos servidores por chat não é a mesma coisa. Temos perguntas e ninguém nos responde. Estamos desesperados.
Entenda a reforma
A proposta dereforma da previdência dos servidores públicos estaduais foi encaminhada pelo governador Romeu Zema (Novo) à ALMG no dia 19 de junho. O texto sugere um aumento nas alíquotas de contribuição dos funcionários públicos, que variaria entre 13% e 18,38%.
A proposta também prevê um aumento na idade mínima para a aposentadoria, que passaria a ser de 62 anos para as mulheres e 65 para os homens. Atualmente, a idade mínima para aposentadoria voluntária é de 48 anos para as mulheres e 53 para os homens.
O Governo tinha a expectativa de conseguir a aprovação da reforma antes do dia 31 de julho, mas o presidente do Legislativo, Agostinho Patrus (PV), já admitiu que o processo irá atrasar.
*Estagiário do R7, sob supervisão de Lucas Pavanelli