Suspeito de mandar matar Juliano Cesar é advogado de Marcos Valério
Thiago Carvalho conheceu Valério no pavilhão H da Penitenciária Nelson Hungria e assumiu seus processos; ele é procurado pela Polícia Civil
Minas Gerais|Shirley Barroso e Natália Jael, da RecordTV Minas, com Lucas Pavanelli, do R7
O homem que está foragido suspeito de mandar matar o advogado Juliano Cesar Gomes, de 37 anos, em Belo Horizonte, é advogado de Marcos Valério, o ex-publicitário que foi pivô do escândalo do mensalão. Thiago Fonseca Carvalho, de 33 anos, é advogado e está sendo procurado pela Polícia Civil.
Os dois teriam se conhecido em 2018, no pavilhão H da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte e, então, Carvalho assumiu os processos de Valério.
O ex-publicitário, que está com 59 anos, foi condenado em dezembro de 2012 a 37 anos e cinco meses de prisão pelos crimes de corrupção ativa, peculato, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e formação de quadrilha no caso do Mensalão.
Já o advogado Thiago Carvalho foi um dos alvos, em 2018, da Operação Apate, também conduzida pela Polícia Civil de Minas Gerais, que desmantelou uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 150 milhões em esquemas que envolviam lavagem de dinheiro e falsificação de documentos.
Carvalho era o principal articulador de uma quadrilha especializada em lavagem de dinheiro por meio de fraude processual. Segundo as investigações, o grupo teria movimentado mais de R$ 150 milhões após dar uma série de golpes contra instituições financeiras, indústrias, cartórios, o Tribunal de Justiça, além de empresários e herdeiros.
O esquema foi descoberto por uma juíza que desconfiou de fraude processual em uma ação que incluía uma série de documentos falsos. A partir daí, a Polícia Civil descobriu mais de 20 empresas de fachada que eram responsáveis pela lavagem do dinheiro, que ficava com a quadrilha.
Caso Juliano
A Polícia Civil confirmou nesta sexta-feira (19) que está à procura de Thiago Carvalho, que já é considerado foragido. Ele é suspeito de ter mandado matar o advogado Juliano César Gomes, de 37 anos, que estava desaparecido em Belo Horizonte desde o dia 21 de maio.
O corpo de Juliano foi encontrado em uma fazenda em Funilândia, a 70km de Belo Horizonte no dia 8 de junho. A Polícia Civil descartou que o caso esteja relacionado a latrocínio. Segundo as investigações, o crime foi premeditado, apesar de os autores terem simulado um crime de latrocínio.