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Vale vai construir novo sistema de captação para evitar rodízio em BH

Solução foi definida em audiência de conciliação depois que Governo de Minas processou mineradora por risco de racionamento na Grande BH

Minas Gerais|Lucas Pavanelli, do R7

Novo sistema de captação será erguido 12km acima da ETA Rio Manso
Novo sistema de captação será erguido 12km acima da ETA Rio Manso

A Vale deve entregar até setembro de 2020, um novo sistema de captação de água no rio Paraopeba. A ação foi definida em audiência de conciliação realizada nesta quinta-feira (9) no TJMG (Tribunal de Justiça de Minas Gerais) para evitar desabastecimento em Belo Horizonte e nos municípios da Grande BH. 

A estrutura será erguida 12 km acima da ETA (Estação de Tratamento de Água) do Rio Manso, da Copasa (Companhia de Saneamento de Minas Gerais).

O acordo tenta evitar o desabastecimento na capital, já que parte rio Paraopeba foi contaminado pela lama de rejeitos de minério da barragem da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, que se rompeu em 25 de janeiro deste ano. Por causa disso, a Copasa interrompeu a captação de água no sistema do Rio Manso. 

Nesta semana, o Governo de Minas Gerais, por meio da AGE (Advocacia Geral do Estado), entrou com uma ação na Justiça para que a mineradora execute um projeto de captação de água em trechos do Rio Paraopeba que não foram contaminados pela lama de rejeitos da barragem.


Baseado em estudo técnico da Copasa, o Executivo argumentou que, se nada fosse feito, o Governo de Minas poderia ser obrigado a adotar racionamento ou rodízio no abastecimento de água de Belo Horizonte e municípios vizinhos.

Próxima audiência será em 21 de maio
Próxima audiência será em 21 de maio

Pelo acordo, o Governo de Minas Gerais ficou com a responsabilidade de agilizar, em caráter emergencial, autorizações e licenciamentos para viabilizar a obra. A obra, no entanto, pode ser interrompida, segundo o acordo, se as partes do processo, conjuntamente, definirem que a construção é desnecessária.


Ainda na audiência de conciliação, a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) apresentou um projeto de avaliação de necessidades sobre os impactos causados pela tragédia. A proposta, que foi solicitada pelo Justiça, prevê soluções de recuperação e de reconstrução do patrimônio cultural e artístico, de estruturas urbanas e das áreas ambiental, educacional e de saúde nas regiões do Estado afetadas.

O plano deve começar a ser implementado pela UFMG já a partir do dia 21 de maio, data prevista para a próxima audiência de conciliação entre a Vale e as instituições do sistema de Justiça.


Indenização

A Vale informou que mais de 32 mil pessoas já receberam o pagamento emergencial e outras 26 mil estão com datas agendadas para atendimento na empresa. A mineradora ainda se comprometeu a atender no prazo de 24 horas possíveis necessidades dos atingidos em relação à falta de água potável.

Já a questão que envolvem as dívidas dos produtores rurais atingidos pelo desastre, especialmente com bancos, deverão ser apresentadas diretamente à Justiça, já que as negociações direto com a mineradora não estão avançando.

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