Vereador de BH admite que ficava com parte do salário de assessores
Cláudio Duarte (PSL) foi solto depois que o prazo da prisão temporária expirou; segundo investigações, ele teria movimentado R$ 1 milhão
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas
Depois de passar dez dias na prisão, o vereador Cláudio Duarte (PSL) admitiu que ficava com parte do salário de seus assessores na Câmara Municipal de Belo Horizonte.
A confissão foi feita durante interrogatório para a Polícia Civil. É a primeira vez que se tem notícia de que um parlamentar assume envolvimento no esquema apelidado de "rachadinha", em que os assessores são obrigados a repassar parte de seus salários para o vereador.
Um dos casos trazidos à tona pelas investigações é de um assessor lotado no gabinete de Duarte com salário de R$ 11 mil, mas que, em depoimento, confessou que repassava 90% do salário ao parlamentar e ficava com apenas R$ 1 mil.
O prazo da prisão temporária venceu à meia-noite desta quinta-feira (11) e Cláudio Duarte está liberado para deixar a penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na região metropolitana de BH.
A libertação do político não tem relação com o fato dele ter assumido o crime. E sim porque o prazo de cinco dias da prisão temporária expirou.
O chefe de gabinete de Duarte, apontado como arrecadador do dinheiro repassado pelos assessores, também está liberado da cadeia. Ele também confessou o crime em depoimento para polícia.
Por determinação da Justiça, Duarte continua afastado do cargo na Câmara Municipal por mais cerca de 50 dias. O parlamentar e o chefe de gabinete ficaram dez dias na cadeia.
Segundo a investigação, Duarte amealhou R$ 1 milhão dos salários dos assessores. A expectativa é a de que o inquérito seja concluído em breve. Apesar de ter confessado, o parlamentar será indiciado pela polícia.
A reportagem entrou em contato e aguarda retorno do advogado de Cláudio Duarte.