Assessor de vereador preso admite "rachadinha" na Câmara de BH
Aposentado, ex-funcionário de Cláudio Duarte (PSL), admitiu em depoimento para Polícia Civil de Minas, que repassava 90% do salário para o político
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes da Record TV Minas
O aposentado de 79 anos que foi assessor do vereador Cláudio Duarte (PSL) admitiu, em depoimento para Polícia Civil de Minas, que repassava 90% do salário para o parlamentar de Belo Horizonte. O depoimento é considerado um dos mais importantes da investigação e complica ainda mais a situação jurídica do parlamentar.
Conforme o jornalismo da Record TV revelou, com exclusividade, o idoso foi nomeado no gabinete de Duarte na Câmara Municipal com um contracheque de R$ 11 mil, mesmo assim, ele vive em uma casa simples sem reboco no bairro Céu Azul, na Pampulha. Para a polícia, a moradia é incompatível com quem recebe esse salário.
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Em depoimento, o aposentado revelou que ficava com apenas R$ 1 mil e que o vereador embolsava R$ 10 mil. Ele contou ainda que sequer ficava com o cartão bancário. Antes de admitir a prática da conhecida "rachadinha", que é quando o político fica com parte ou quase todo salário do assessor, ele tentou despistar. Inicialmente, disse que não sabia que tinha salário de R$ 11 mil mensais. Ao ser confrontado com uma gravação telefônica, ele mudou de ideia e admitiu a irregularidade.
O aposentado ficou registrado como funcionário do gabinete de Duarte na Câmara Municipal entre o dia 1º de janeiro de 2017 até 1º de maio de 2018. Durante esse período, o parlamentar embolsou R$ 140 mil em 14 meses, conforme aponta o inquérito
Nesta sexta-feira (5), Polícia Civil e Ministério Público Estadual solicitaram à Justiça a prorrogação da prisão temporária do vereador por mais cinco dias. O pedido será julgado neste sábado pela Justiça. O argumento é que se o político for solto, antes da conclusão do inquérito, ele pode atrapalhar as investigações. Uma estimativa da polícia aponta que o político lucrou um R$ 1 milhão com o esquema da rachadinha.
O advogado de Duarte foi procurado, mas não se manifestou.