Vereador de BH nega ter recolhido o salário dos funcionários de gabinete
Político é investigado pela prática conhecida como "rachadinha"; parlamentar foi convocado para prestar esclarecimentos do caso na Câmara Municipal
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da Record TV Minas
O vereador Cláudio Duarte (PSL) afirmou em depoimento na Câmara Municipal de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (10), que nunca embolsou o salário de seus assessores - prática conhecida como "rachadinha"-, conforme indica uma uma investigação da Polícia Civil. "De maneira alguma", garantiu o político durante a fala.
Após a corporação prender o parlamentar e cumprir mandados de busca e apreensão em seus endereços devido à suspeita das práticas criminosas, a Câmara instaurou uma comissão processante para avaliar se houve quebra de decoro por parte do político, que é quando as ações de um parlamentar afetam a imagem da Casa.
Nesta segunda-feira foi a primeira vez que Duarte foi ouvido pela comissão que pode cassar o mandato dele caso seja constatada a quebra de decoro parlamentar.
Apesar de ter negado a "rachadinha", o vereador admitiu que havia uma contribuição para o caixa do partido, mas sem o seu consentimento.
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— Se eles (assessores) faziam algum trabalho nas bases não tenho conhecimento como isso era feito. Isso era uma ação isolada de cada um.
Antes da oitiva do vereador, a comissão processante da Câmara já ouviu testemunhas de defesa e acusação. Depois de interrogar todos os citados, um relatório conclusivo será votado pelos três vereadores que fazem parte da comissão. Se o relatório for a favor da cassação, o processo será remetido para votação aberta em plenário.
Duarte chegou a ser preso por dez dias e afastado do cargo, mas voltou às atividades parlamentares na última semana. O político foi indiciado pela Polícia Civil pelos crimes de peculato e obstrução da Justiça e responde o processo em liberdade.