Vereador de BH pagou R$ 40 mil para matar desafeto, diz MP
Denúncia do MP mostra que Ronaldo Batista ordenou assassinato do ex-vereador de Funilândia, Hamilton de Moura, motivado por disputa sindical
Minas Gerais|Lucas Pavanelli e Pablo Nascimento, do R7
O vereador de Belo Horizonte, Ronaldo Batista (PSC) pagou R$ 40 mil pelo assassinato do ex-vereador de Funilândia, Hamilton Dias de Moura (MDB), de acordo com o MPMG (Ministério Público de Minas Gerais). O crime teria sido motivado por uma disputa sindical e Batista foi preso na última quinta-feira (15).
O assassinado foi cometido em 23 de julho, quando o corpo de Hamilton, com marcas de disparos no rosto e no pescoço, foi encontrado dentro de um carro próximo à estação de metrô Vila Oeste, na capital mineira.
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Segundo a denúncia do MP, o valor foi dividido entre três pessoas, entre elas um soldado da Polícia Militar.
Conforme o Ministério Público, integrantes da organização criminosa montada pelo verador de Belo Horizonte, se passaram por possíveis compradores de um lote, que seria vendido por Hamilton. Os denunciados criaram um perfil falso de uma mulher chamada "Vanessa" e começaram a trocar mensagens com ele por meio do Whatsapp.
No dia do crime, Hamilton foi atraido para um encontro com essa mulher e surpreendido no local por uma dupla, que disparou diversas vezes contra ele. O policial militar teria auxiliado na fuga e na destinação da arma de fogo usada no crime.
Motivação
Segundo o Ministério Público, o crime foi cometido por conta de uma disputa sindical. Além de parlamentar, Hamilton era presidente do Simeclodif (Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Região), criado a partir de uma dissidência do STTRMBH (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte da Região Metropolitana de Belo Horizonte), durante a gestão de Ronaldo Batista.
De acordo com a denúncia, sob o comando de Hamilton de Moura, o Simeclodif passou a fazer oposição administrativa e "arrebatar sindicalizados e contribuições" que era dirigidas ao outro sindicato, como também a ajuizar ações na Justiça do Trabalho contra a entidade.
Em uma dessas ações, Ronaldo Batista se tornou réu por má administração do sindicato "como desvio, dilapidação e malversação do patrimônio da entidade, descumprimento de acordo judicial e apropriação indébita", de acordo com denúncia do Ministério Público do Trabalho. Ele teve os bens bloqueados.