Vereador suspeito de "rachadinha" fica em silêncio em depoimento
O político será indiciado por crimes de peculato, concussão, formação de organização criminosa e obstrução de Justiça; ele está preso na Grande BH
Minas Gerais|Ezequiel Fagundes, da RecordTV Minas
O vereador afastado Cláudio Duarte (PSL) não prestou depoimento na terça-feira (2). Duarte permaneceu em silêncio durante interrogatório no inquérito da Polícia Civil que apura um suposto esquema conhecido como "rachadinha", que é quando o político fica com parte ou quase a totalidade do salário do assessor.
Ao não prestar depoimento, Duarte sinaliza que não vai colaborar com a investigação. Pela legislação, o investigado não é obrigado a produzir provas contra ele mesmo. Com prisão temporária decretada pela Justiça, o parlamentar deu entrada no presídio Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
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O esquema da "rachadinha" de Duarte teria lhe rendido lucro de R$ 1 milhão. O parlamentar será indiciado pelos crimes de peculato, concussão, formação de organização criminosa e obstrução de Justiça. A prisão dele foi decretada justamente tendo em vista que ele estava atrapalhando as investigações ao pressionar testemunhas.
Em nota, a Câmara Municipal de BH informou que ele foi afastado do cargo por 60 dias, mas manteve o salário de R$ 17.642, conforme determinou a decisão judicial. O suplente, por enquanto, não será convocado.
Segundo as investigações, o esquema da "rachadinha" foi montado logo após a posse do vereador em 1º de janeiro de 2018. Ontem, o jornalismo da Record TV Minas mostrou, com exclusividade, que um dos assessores que recebia R$ 11 mil, passava R$ 10 mil e ficava só com R$ 1 mil mora em casa simples sem reboco, Bairro Céu Azul, na região da Pampulha.
O advogado do parlamentar foi procurado pelo R7 para falar sobre a atitude ficar em silêncio no depoimento, mas não quis se manifestar.