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Falso: cidade perdida na Amazônia, cobiçada por suas riquezas, é teoria infundada 

Perfis de fofoca ajudaram a difundir a descoberta de Ratanabá, mas várias evidências mostram que esse Eldorado não existe

MonitoR7|Diego Alejandro, do R7*

Ratanabá teria sido berço de uma civilização com mais de 600 milhões de anos
Ratanabá teria sido berço de uma civilização com mais de 600 milhões de anos

Cidade no meio da Amazônia brasileira, repleta de riquezas, com diversos estrangeiros de olho, que seria lar de uma civilização com mais de 600 milhões de anos. Uma mistura de Atlântida com Eldorado chamada Ratanabá. Mas tudo não passa de teoria infundada, que ganhou força nas últimas semanas.

O boato começou no site Dakila Pesquisas, instituição sem nenhum vínculo com universidades ou órgãos de pesquisa oficiais. De acordo com a publicação, pesquisadores “sobrevoaram na manhã de terça (31/5) e quarta-feira (1º/6) a floresta Amazônica a fim de mapear as áreas onde se encontra Ratanabá".

De acordo com o Google Trends, ferramenta que mostra termos buscados em passado recente, a palavra Ratanabá apresentou um salto de pesquisas entre os dias 5 e 11 de junho.

Esse mesmo instituto defende outras teorias polêmicas a respeito da preservação da Amazônia. O MonitoR7 fez uma checagem recentemente sobre o tema, desmentindo essas teorias.


Ao contrário do que ocorre com a maioria das pesquisas arqueológicas sérias no Brasil, não há nenhuma universidade envolvida no levantamento nas buscas da cidade perdida. Também não existe nenhum estudo acadêmico publicado sobre o tema.

A teoria de Ratanabá cai por terra em razão de algumas informações que, pelo menos no momento, são consenso no meio científico. Os "cientistas" do Dakila afirmaram que a "cidade perdida" teria por volta de 450 milhões de anos e teria sido fundada pelos Muril, o primeiro povo a habitar a Terra, há cerca de 600 milhões de anos. Porém, nesse período, não havia floresta amazônica nem a Terra era ocupada por humanos — nem dinossauros existiam.


Segundo o Worldometer, referência na divulgação de contagens e estatísticas em tempo real, a existência humana tem cerca de 300 mil anos. 

O segundo ponto abordado é que Ratanabá estaria cheia de riquezas e haveria muito interesse estrangeiro na sua descoberta. Alguns posts conspiratórios no Twitter envolveram até o desaparecimento de Dom Phillips e Bruno Pereira, dizendo que a dupla partiu em uma aventura para conhecer a cidade.


O problema de Ratanabá não é sua existência, ou mesmo quem a criou. A tese da cidade seria sustentada por uma holding que engloba diversas empresas. Além de “pesquisas”, há empresas associadas que lidam com material de construção, cosméticos e até criptomoedas.

Já alguns perfis de fofoca no Instagram e no Twitter — como o Subcelebrities, que tem 4 milhões de seguidores, e o Choquei, com mais de 17 milhões no Instagram e mais 1,4 milhão no Twitter — alavancaram o assunto, a ponto de ser um dos mais comentados nas redes sociais.

Desses citados, apenas o Choquei emitiu uma nota retratando-se. Enquanto isso, a holding que mantém Dakila Pesquisas manifestou repúdio, mas pela reação negativa que Ratanabá gerou a eles.. 

Ficou em dúvida sobre uma mensagem de aplicativo ou postagem em rede social? Encaminhe a questão para o MonitoR7, que nós a checamos para você: (11) 9 9240-7777 ou monitor@recordtv.com.br

*Estagiário do R7, com edição de Fabíola Glenia.

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