PCC pediu Alexandre de Moraes no STF em 2006?
Foto nas redes sociais mostra cartaz pedindo indicação de Moraes ao Supremo, durante rebelião do PCC
MonitoR7|Do R7
Imagem circulando nas redes sociais mostra vários homens sobre muros, com dois cartazes pendurados embaixo deles. Alguns dos homens usam camisetas improvisadas como máscaras. Outros tem cabos de madeira nas mãos. Embaixo deles, pendurados nos muros, dois cartazes.
Um dos cartazes traz mensagem tradicional da facção criminosa que domina o crime organizado no Estado de São Paulo, dentro e fora dos presídios. No outro, aparece a frase "Alexandre de Moraes no STF". De acordo com a legenda nas publicações, a imagem mostra um "salve geral" do grupo criminoso, em maio de 2006, em São Paulo.
Essa imagem foi muito divulgada em 2017, por grupos que se opunham à indicação do ex-ministro da Justiça do governo Temer para uma vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal. E já na época, a imagem foi contestada. Trata-se de uma montagem.
A imagem originial é do fotógrafo Alex Silva, do Estadão Conteúdo, em uma rebelião no presídio de Junqueirópolis, interior de São Paulo. O cartaz que cita o nome do ministro, na foto original traz a inscrição "contra a opressão".
Alexandre de Moraes tem sido alvo de ataque dos apoiadores de Jair Bolsonaro, principalmente por conta do inquérito das fake news do STF, do qual é o relator. Além disso, ele e o ministro Luís Roberto Barroso são alvos de um processo de impeachment, cuja pedido ao Senado deve ser feito nos próximos dias, conforme anúncio do próprio presidente Jair Bolsonaro.
A tentativa de relacionar Alexandre de Moraes com a facção criminosa é antiga. Antes mesmo de ser ministro da Justiça, Moraes foi secretário de Justiça e depois secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, lidando diretamente com o combate à criminalidade. Seus opositores levantam uma suposta ligação por Alexandre Moraes, quando exercia a advocacia, ter entre seus clientes a Transcooper, uma cooperativa de transportes investigada por suspeita de lavagem de dinheiro do PCC.