Preso pelo assassinato de Marielle, Chiquinho Brazão tem salário de R$ 44 mil e 27 assessores
Também detido, irmão do deputado, conselheiro do Tribunal de Contas do RJ Domingos Brazão, recebeu R$ 73 mil neste mês
Política|Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília
Presos nesse domingo (25) suspeitos de mandar matar a vereadora pelo Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL) e o motorista dela, Anderson Gomes, os irmãos Chiquinho Brazão e Domingos Brazão recebem salários de R$ 44 mil e R$ 39 mil. Eles exercem as funções de deputado federal e conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do RJ, respectivamente. O terceiro suspeito, delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa de Araujo Junior, teve contracheque de R$ 52,342,11 em fevereiro, com ganhos líquidos de R$ 32,066.78.
Chiquinho Brazão
O deputado Chiquinho Brazão, 62 anos, conta com 27 assessores parlamentares. Ele tem à disposição R$ 125.478,69 de verba de gabinete para serem gastos com assuntos relacionados ao mandato parlamentar.
Chiquinho era vereador em 2018, ano do assassinato de Marielle e Anderson. Naquele ano, ele foi eleito ao mandato federal com 25.817 votos pelo Avante. Em 2022, foi reeleito com 77.367 votos pelo União Brasil — que decidiu expulsar o parlamentar no mesmo dia da prisão.
Domingos Brazão
Neste mês, Domingos Brazão, 59 anos, recebeu uma remuneração líquida de R$ 73.480 do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, incluindo adicional de férias. Os dados são da própria entidade.
O cargo de conselheiro, para o qual ele foi eleito pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 2015, é vitalício. Antes de ocupar a posição, ele foi vereador na cidade do Rio de Janeiro por um mandato (1997 a 1999) e deputado estadual por cinco mandatos (1999 a 2015).
Entre 2017 e 2022, Domingos ficou afastado do cargo por suspeita de corrupção, mas recebendo salários. Ele chegou a ser preso pela Operação Quinto do Ouro, um desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Rivaldo Araújo Junior
O delegado da Polícia Civil do RJ Rivaldo Barbosa de Araújo Junior, 54 anos, é concursado no cargo, com remuneração mensal fixa de mais de R$ 52 mil. Ele chegou a ser chefe da corporação, cargo que assumiu em 13 de março de 2018, um dia antes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes.
Araújo Junior cursou direito pelo UniSuam (Centro Universitário Augusto Motta) em 1997, e MBA em Inteligência e Estratégia na Universidade Salgado de Oliveira. Acumulava desde 2003 as funções de delegado com as de professor de direito penal e coordenador-adjunto do curso de graduação em direito na Universidade Estácio de Sá. Ele foi demitido publicamente pela instituição de ensino superior nesse domingo, depois da prisão.
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Perdas dos cargos públicos
No caso de Chiquinho, a Câmara dos Deputados dará a palavra final sobre a manutenção da prisão e é responsável por decidir pela cassação do mandato, requerida pelo PSOL.
Domingos pode ser aposentado compulsoriamente do posto de conselheiro. Araújo Junior está sujeito a processo administrativo disciplina que pode levar à demissão do cargo público efetivo que ocupa.